Um deputado da Califórnia protocolou nesta quarta-feira (12) o primeiro pedido de impeachment contra o presidente Donald Trump.
O democrata Brad Sherman acusa Trump de obstruir as investigações sobre a interferência russa na eleição presidencial de 2016, em parte pela demissão do diretor do FBI James Comey. Sherman admite que entrar com o pedido “é o primeiro passo de uma longa jornada”.
“Mas se a incompetência impulsiva continuar, então eventualmente —daqui muitos, muitos meses— os republicanos se juntarão ao esforço do impeachment”, afirmou o deputado democrata.
Em uma Câmara com maioria republicana, o impeachment tem hoje poucas chances de sucesso. Sherman não tem sequer o apoio oficial dos democratas.
Os líderes do principal partido de oposição a Trump têm se distanciado dos esforços de afastar Trump, por acreditar que isso apenas fortalece os apoiadores do republicano.
O pedido foi aberto um dia depois que o filho mais velho do presidente, Donald Trump Jr., admitiu ter se encontrado com uma advogada russa durante a campanha eleitoral do ano passado. Natalia Veselnitskaya foi descrita pelo intermediário do encontro como “uma advogada do governo russo”.
Os contatos, descobertos no último fim de semana, foram feitos, segundo o próprio Trump Jr., para conseguir informações negativas sobre a candidata democrata à Presidência, Hillary Clinton. Ele também admitiu saber que os dados vinham do governo russo.
Quatro ex-presidentes americanos já enfrentaram um processo de impeachment: John Tyler (1842), acusado de usar vetos presidenciais de forma ilegal; Andrew Johnson (1868), que teria violado a lei ao demitir um secretário; Richard Nixon (1974), acusado de obstrução da Justiça e que renunciou antes de a Câmara votar o impeachment; e Bill Clinton (1998), acusado de perjúrio e obstrução da Justiça. Clinton chegou a ser condenado pela Câmara, mas o Senado o absolveu.