Em Foz, PF investiga ex-prefeito, cinco secretários e 80% dos vereadores

Após prender 12 dos 15 vereadores de Foz do Iguaçu, a Polícia Federal (PF) tem como alvo, nesta quinta-feira, o ex-prefeito do município Reni Pereira (PSB). Já denunciado por suspeita de participar de uma quadrilha que praticava irregularidades na cidade, Pereira foi alvo de uma mandado de condução coercitiva e deve prestar depoimento nesta quinta-feira, segundo informações da TV Globo.

A condução coercitiva de Pereira faz parte da 7ª fase da Operação Pecúlio, que também mira o ex-vereador Luiz Queiroga (DEM). Ao todo, foram expedidos 26 mandados judiciais pela 3ª Vara da Justiça Federal de Foz do Iguaçu: 14 de condução coercitiva e 12 de busca e apreensão.

Segundo a PF, a nova fase investiga pagamentos de plantões médicos fictícios lançados em benefício de uma empresa credenciada junto à prefeitura entre 2014 e 2015. As remunerações complementaram salários de funcionários públicos, ultrapassando o teto previsto para os servidores em alguns casos, e também beneficiaram pessoas sem vínculos com a administração municipal. As informações são de O Globo.

Pereira já é réu em um dos processos da Operação Pecúlio. Ele passou mais de 100 dias em prisão domiciliar após ser detido na 4ª fase da operação, em julho passado, quando ainda era prefeito da cidade. O ex-prefeito foi apontado pela PF como um dos principais articuladores de esquema para desvio de dinheiro da prefeitura.

Queiroga, também preso em uma fase anterior da mesma operação, obteve liberdade provisória em fevereiro deste ano. Dos 12 vereadores que foram presos pela PF no ano passado, seis foram reeleitos nas últimas eleições municipais, entre eles Queiroga. Apenas um deles, o vereador Beni Rodrigues, exerce a função na Câmara — os demais foram afastados por determinação da Justiça.

Um delator informou à PF que os vereadores receberam R$ 10 mil por mês a partir de 2015 para manter um esquema de fraude na medição de serviços de tapa-buraco.

A OPERAÇÃO

Deflagrada em abril de 2016, a Operação Pecúlio investiga um grupo acusado de desviar recursos da Administração Pública de Foz do Iguaçu para obter vantagens indevidas. A PF estima um prejuízo de ao menos R$ 4,5 milhões somente em irregularidades cometidas em obras de pavimentação. Nas seis fases anteriores, foram cumpridos 268 mandados judiciais.

O ex-secretários de Tecnologia da Informação (Melquizedeque da Silva Correia Ferreira), Planejamento (Rodrigo Becker), Saúde (Charles Bortolo) e Obras (Evori Roberto Patzlaff e Carlos Juliano Budel) foram alvos da operação em fases anteriores e são investigados pela PF.

Em janeiro deste ano, o Ministério Público Federal denunciou 98 pessoas por envolvimento com o esquema.

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