Ex-ministro Henrique Alves preso já emprestou casa de praia ao amigo Temer

*** JABURU*** BRASILIA, DF, 17.04.2016, BRASIL, Palacio do Jaburu, residencia oficial do Vice-Presidente da Republica Michel Temer, o ex-ministro Henrique Alves assiste a votacao da Câmara dos Deputados sobre o destino de Dilma. Credito Divulgacao ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***

Rodrigo Rocha Loures, Michel Temer, Henrique Alves e Eliseu Padilha assistem à votação do impeachment de Dilma

Por ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER –   Folha de São Paulo

Ao sair do Ministério do Turismo, em 2016, enroscado na Lava Jato, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) escreveu uma carta de demissão ao amigo Michel Temer, ainda interino na Presidência da República.

Não queria “criar constrangimentos” ao companheiro “nessa trincheira democrática”. “Presidente Michel, agradeço à sua sempre lealdade, amizade e compromisso de uma longa vida política e partidária.”

Temer devolveu o afago, citando a “relação pessoal” com o “caro amigo”.

Preso nesta terça-feira (6), horas antes do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral que pode cassar a chapa do aliado com Dilma Rousseff, Alves era o mais próximo dos chamados “homens fortes” de Temer.

No feriado de 7 de setembro de 2011, sites potiguares destacaram a chegada do então vice-presidente.

Temer, a esposa, Marcela, e o filho do casal, Michelzinho, descansaram na praia de Graçandu, litoral norte do Estado –cortesia de Alves, dono da luxuosa casa de veraneio que abrigou a família.

“A praia está que é uma segurança só”, destacou uma blogueira local, ao falar do perímetro de segurança montado para receber o peemedebista.

Recordista em mandatos consecutivos na Câmara (foram 11, de 1971 a 2015), Alves estreitou laços com Temer dez anos atrás, quando virou líder do PMDB na Câmara.

Em 2009, os pares escolheram o então deputado Temer para presidir a Casa. “Essa amizade cresceu quando atuamos juntos no dia a dia, eu como líder, e ele como presidente. Quantas dificuldades passamos? Inúmeras”, disse o potiguar ao UOL, controlado pelo Grupo Folha.

Dificuldades discutidas, por exemplo, em jantar de 2013 oferecido à bancada do PMDB –80 pessoas, ou R$ 355 por cabeça, por locação de mesas, cadeiras, decoração e serviço de buffet, segundo a ONG Contas Abertas.

Com camarão e queijo brie ao molho de caramelo no menu, o convescote custou R$ 28,4 mil à presidência da Câmara, então sob guarda de Alves. Um “jantar social”, nas palavras do então deputado.

Em abril de 2016, Temer reuniu aliados no Palácio do Jaburu para assistir à votação na Câmara do pedido de impeachment de Dilma Rousseff (de quem Alves também foi ministro).

Numa foto do dia, o ainda vice-presidente está num sofá, a mão levada à boca. Ao seu lado, três escudeiros peemedebistas: seu ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, Alves e o à época deputado Rodrigo Rocha Loures.

Os dois últimos foram presos num espaço de quatro dias. Padilha, já alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal, é um dos seis ministros de Temer citados na delação da JBS.

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