Investigado, Kassab submerge e PSD ensaia rebeldia

Kassab

Implicado nas delações da Odebrecht e da JBS, o ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicações e presidente licenciado do PSD, Gilberto Kassab, submergiu na crise que desestabilizou o presidente Michel Temer e adotou estratégia de sobrevivência política semelhante à usada no processo de impeachment da petista Dilma Rousseff, quando também era ministro: fazer vista grossa para parlamentares do partido que começam a se insurgir contra o governo.

Foi essa mesma atitude que fez com que Kassab fosse o último ministro a desembarcar do governo Dilma. Ele resistiu o quanto pode à pressão das bancadas e só deixou o cargo três dias antes da votação do afastamento da petista no plenário da Câmara.  Agora, também resiste ao movimento de parte de seus correligionários, que contestam as reformas e, nos bastidores, criticam a permanência de Temer no cargo.

O PSD tem hoje a sexta maior bancada da base aliada na Câmara e no Senado. São 37 deputados e cinco senadores. Em ambas as Casas há divisão. Pelo menos dois senadores são contrários à reforma trabalhista – um deles, Otto Alencar (BA), votou contra o projeto na terça-feira passada na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

O senador Lasier Martins (PSD-RS) afirma que ainda não decidiu o seu voto. Ele apresentou cinco emendas ao projeto e é membro da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde a proposta deve ser apreciada nesta semana. Na quinta-feira, foi procurado por um ministro do Palácio do Planalto e ouviu dele garantias de que os temas mais polêmicos, como o fim do Imposto Sindical e o trabalho intermitente, serão analisados pelo governo na hora de sancionar a lei.

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