Servidores suspeitos de suborno em processos de frigoríficos e empresas de laticínios
A Polícia Federal tenta cumprir 10 mandados de prisão e 16 de condução coercitiva de servidores do Ministério da Agricultura e representantes de frigoríficos acusados de corrupção. Na mesma operação, policiais tem ordens para fazer busca e apreensão em 36 endereços dos investigados. Eles são suspeitos de receber suborno para manipular processos administrativos de interesse de frigoríficos e empresas de laticínios. Líderes do grupo teriam movimentado R$ 3 milhões entre 2010 e 2016.
Só um dos chefes da fiscalização teria tido um aumento de patrimônio a descoberto de 200%. Ele é suspeito de receber mesadas para favorecer empresas com o afrouxamento da fiscalização. Pelo menos 120 policiais estão mobilizados para cumprir os mandados em São Paulo, Pernambuco, Maranhão, Pará e Tocantins, este último base das investigações.
“A investigação começou após denúncia de que frigoríficos e empresas de laticínios fiscalizadas teriam sido favorecidas em processos administrativos, por meio do retardamento na tramitação e anulação de multas”, explica a PF.
A operação não tem relação com a denominada Carne Fraca, realizada em 17 de março no Paraná. Em quase dois anos de investigação, a operação detectou que superintendências regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e Goiás atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público. Irregularidades como reembalagem de produtos vencidos e venda de carne imprópria para consumo humano foram encontradas.