Presidente da Câmara acusa Jungmann de mentir ao dizer que a ideia fora da Câmara

22.mar.2017 - Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no plenário

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reabriu a sessão nesta quarta-feira dizendo que queria esclarecer o pedido que fez ao presidente Michel Temer, e acusou o ministro da Defesa, Raul Jungmann, de mentir. Segundo Maia, ele não pode ser responsabilizado por uma decisão do governo, de fazer uso do Exército para conter os violentos protestos que se espalharam pela Esplanada dos Ministérios. Maia cobrou que o uso das Forças Armadas durasse apenas por 24 horas. O GLOBO apurou junto ao Palácio do Planalto que o governo poderá rever essa decisão de usar as Forças Armadas até o dia 31.

— O ambiente estava radicalizado, eu pedi ao PR que pudesse enviar o apoio da Força Nacional, o apoio à Polícia do Distrito Federal. O ministro Raul Jungmann (Defesa) deu uma coletiva dizendo que o pedido da GLO, que é a utilização das Forças Armadas era um pedido da Presidência da Câmara. Eu afirmo e reafirmo que isso não é verdade. Se o governo decidiu adotar outra medida, essa outra medida é uma responsabilidade do governo, não é e nem deve ser da Câmara dos Deputados. Então eu pedi ao líder do governo que entrasse em contato com o ministro da Defesa para que ele pudesse restabelecer a verdade — disse Maia, pedindo que o governo reveja o decreto:

— Entendo que a ordem precisa ser garantida nesse país, mas que isso não pode gerar violência ou depredação. Pedi também de que, pelo menos. o governo pudesse restringir o decreto ao dia de hoje, se não puder cancelá-lo, porque isso garantiria uma tranquilidade ao Parlamento e às instituições.

Num sinal do mal-estar causado pela posição, o próprio líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) disse que o ministro da Defesa, Raul Jungmann, está avaliando a situação.

— Estamos avaliando — disse Jungmann AO GLOBO.

O líder Aguinaldo Ribeiro fez um discurso reforçando análise do caso pelo Planalto e argumentou que a Força Nacional tem apenas 110 homens em Brasília, daí o uso do Exército.

— A avaliação técnica do governo foi de contar, para cumprir o papel da Força Nacional, de se disponibilizar o Exército para esse papel. Transmitimos o apelo para que se reduzisse o prazo que está no decreto, do prazo de hoje até dia 31, e ministro Jungmann disse que o governo fará a avaliação. Se amanhã estiver a normalidade, o decreto será revogado e amanhã não existirá mais o controle de lei e ordem, que o GLO falava. Até porque nenhum deputado vai querer assumir ônus de segurança sobre o que ocorrer com os brasileiros. Não é intimidação nas ruas, é a garantia da ordem nas ruas — disse Aguinaldo Ribeiro.

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