Temer exonera 8 ministros com mandato na Câmara para votação da 2ª denúncia

Brazilian President Michel Temer (R) and Chief of Staff Antonio Imbassahy smile during the inauguration ceremony of the ministers of Justice and Public Security, Alexandre de Moraes, of Human Rights, Luislinda Valois and the presidency's Secretary General Wellington Moreira Franco at Planalto Palace in Brasília, on February 3, 2017. / AFP PHOTO / ANDRESSA ANHOLETE

Para barrar a segunda denúncia que tramita contra ele na Câmara, o presidente Michel Temer chamará reforço ao plenário da Casa: exonerará nesta sexta-feira (20) oito de seus ministros que possuem mandato de deputado federal para que eles votem a seu favor na semana que vem.

Os únicos que não sairão dos cargos são Ricardo Barros (Saúde) e Osmar Terra (Desenvolvimento Social).

Na prática, o governo contará com dez ministros, já que Raul Jungmann (Defesa) e Fernando Bezerra Coelho (Minas e Energia) já foram exonerados para a votação da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, que ocorreu nesta quarta-feira (18), com vitória do presidente por 39 votos a 26.

Já a exoneração de Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Mendonça Filho (DEM-PE), Marx Beltrão (PMDB-AL), Leonardo Picciani (PMDB-RJ), Bruno Araújo (PSDB-PE), Sarney Filho (PV-MA), Ronaldo Nogueira (PTB-RS) e Maurício Quintella (PR-AL) sairá no Diário Oficial da União desta sexta. As informações são de ANGELA BOLDRINI, Folha de São Paulo.

A votação da denúncia contra Temer e os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil) no plenário da Câmara está marcada para quarta-feira (25), mas, segundo auxiliares de Temer, as exonerações precisam ser publicadas até esta sexta, quando termina o prazo legal para apresentação de emendas parlamentares.

O prazo de 20 de outubro consta de artigo do regimento interno da Câmara para apresentação de emendas à despesa e à receita, inclusive renúncia de receita do Orçamento.

E, dessa forma, os ministros que voltaram à Casa poderão fazer essas indicações de verba para as suas bases. Na Câmara, pelos próximos dias, eles também participarão das articulações de votos contra a denúncia, em placar que deve ser mais apertado para o presidente, segundo esperam aliados do Planalto.

Para barrar a primeira denúncia, Temer obteve 263 votos favoráveis e 227 contrários —ou seja, a favor do prosseguimento da denúncia que o acusava de corrupção. Além destes, outros 19 deputados não compareceram à votação, o que beneficiou o presidente.

Para que as denúncias sigam para análise do Supremo Tribunal Federal é preciso que 342 deputados deem o aval à acusação formal. É visto tanto por aliados como por oposicionistas como improvável que a peça do Ministério Público Federal que acusa o peemedebista de obstrução de Justiça e organização criminosa seja aceita pela Câmara.

O presidente, no entanto, trabalha para conseguir uma ampla margem de votos. Um resultado muito apertado complicaria a situação do governo Temer, que, impopular, precisa do apoio da base para aprovar medidas consideradas fundamentais pelo Planalto para o ajuste econômico.

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