Temer pede a parlamentares e ministros ‘ladainha’ em defesa do governo

O presidente Michel Temer pediu que parlamentares rebatam discursos negativos e defendam o governo repetidamente, numa espécie de “ladainha”, como fazem professores com seus alunos. À espera de ser mais uma vez criminalmente denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Temer ainda disse em café no Palácio do Alvorada que o governo se sustenta no Congresso.

— O Moreira (ministro da Secretaria-Geral) sempre fala em ladainha. Você precisa repetir as coisas, não é? É como o professor que fala para o aluno, escreve na lousa, manda anotar no caderno, depois pede um exercício, e que o sujeito repita o que foi escrito na lousa. No dia seguinte, repete de novo — comparou o presidente, em apelo a 17 deputados e 19 ministros.

— Que vocês incentivem nossos deputados e senadores, onde quer que estejam, para fazer um discurso de rebate — emendou, pedindo que os aliados do governo não fiquem calados e que sigam o exemplo do governo, que, segundo Temer, não se “aquieta” e está em “harmonia absoluta”. As informações são de O Globo.

— Não se pode aquietar. Veja nosso exemplo: nós não nos aquietamos. Porque pensamos: enquanto as pessoas vão protestando, a caravana vai passando.

Nesta segunda-feira, a Polícia Federal apontou indícios de crime praticado por Michel Temer, ministros e deputados do PMDB. Um dia depois, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) abriu novo inquérito para investigar o presidente, desta vez por suposta propina por conta de um decreto de regulamentação portuária.

Apesar de ter a aprovação popular de 5%, a mais baixa das últimas três décadas, segundo a última pesquisa CNI/Ibope, Temer defendeu que o governo trará votos nas eleições. Ainda, que a população não é contra às reformas econômicas.

Sem citar eleições específicas ou candidatos, o presidente afirmou que os que criticaram sua gestão foram derrotados. A reforma da Previdência, que está travada na Câmara há quatro meses, traz preocupação aos parlamentares, de olho nas urnas do ano que vem.

— Aqueles que falaram a favor de um governo reformista, das reformas, ganharam a eleição. Não é incrível? A corrente popular não é em nosso desfavor. Penso eu que é em nosso favor. Se não for a nosso favor, compreende o que está acontecendo — completou o peemedebista.

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