Óbvio que eu me decepcionei com Aécio, diz Luciano Huck

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No mesmo dia em que tornou pública, via artigo na Folha, a decisão de não ser candidato a presidente em 2018, o apresentador Luciano Huck disse que ficou desapontado com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), de quem era amigo.

“Levante a mão aqui quem na vida nunca se decepcionou com um amigo. Óbvio que eu me decepcionei”, afirmou ele nesta segunda-feira (27), ao participar de seminário promovido pela revista “Veja”.

Huck, que reiterou a informação de que vai se envolver na campanha do próximo ano apenas como cidadão, foi questionado no local sobre a relação com o mineiro, apoiado por ele na eleição presidencial de 2014.

No dia 11 deste mês, Aécio disse que uma eventual candidatura do comunicador a presidente da República representaria a “falência da política”.

Huck disse que não fala mais com o senador, mas que a amizade dos dois “sempre foi pública”. “Eu apanhei por causa de um erro que eu não cometi. Eu fiquei chateado.” As informações são da Folha de São Paulo.

Aécio caiu em desgraça neste ano após a delação da JBS e a prisão de pessoas próximas a ele, como a irmã e assessora, Andréa Neves.

“Eu tomei muita porrada por causa dele também. Acho triste por ele, pelo sistema, pela situação como um todo”, disse o apresentador.

Ao ex-presidente Lula (PT), que disse na semana passada querer “disputar com alguém com o logotipo da Globo na testa”, Huck preferiu não responder diretamente.

“Se eu tivesse optado por ser candidato, a Globo seria muito mais rigorosa comigo do que seria com os outros. Esse assunto foi discutido [com a emissora] do jeito mais maduro, aberto e democrático.”

Ele disse também que não foi pressionado pela Globo a comunicar até dezembro uma decisão sobre seu destino na política.

‘INSANIDADE’

Quando o apresentador disse, no início de sua participação, que não é candidato a presidente, parte da plateia soltou um “aaah” em coro, indicando contrariedade.

Na saída, diante dos jornalistas, Huck repetiu: “Não vou ser candidato. Não quero ser político, eu não vou ser político nunca”.

“Eu quero de verdade usar a voz que eu tenho de um jeito bacana para todo mundo, contribuir de fato para que a gente tenha um país mais legal.”

O comunicador disse que segue no lugar onde está, a TV, e que acredita ter um papel importante no meio, tentando valorizar exemplos de boas práticas, livre iniciativa e ética.

“E, mais do que isso, eu tenho filhos muito pequenos. Seria uma insanidade neste momento fazer uma ruptura tão grande”, afirmou, ao mencionar que os pedidos da família para que não entrasse na política pesaram em sua decisão.

“A Angélica foi de uma correção comigo nesse processo. Ela nunca me empurrou, foi muito parceira”, disse sobre sua mulher, também apresentadora da Globo, com quem está casado desde 2004 e tem três filhos.

MOVIMENTOS

O apresentador, que entrou para os grupos Agora! e RenovaBR, reiterou que quer participar da vida política por intermédio de movimentos da sociedade.

“Eu vou ser um cidadão participativo, sempre. Quero participar das discussões, do debate, não quero ficar fora dele”, afirmou.

Ao longo dos últimos seis meses, o apresentador teve conversas tanto com organizações independentes quanto com partidos e lideranças políticas.

Por causa de Huck, o Agora! se aproximou do PPS, partido que sonhava em tê-lo como candidato a presidente. A sigla acenou com a possibilidade de incorporar o movimento.

“O Agora! está maior do que essa questão. A ideia não é virar um partido político, muito pelo contrário. É mais um espaço de curadoria de gente e de ideias”, disse o comunicador.

Os dois grupos se preparam para lançar e apoiar novos nomes para o Legislativo, numa busca por renovação principalmente no Congresso Nacional.

“Eu quero jogar luz no que vem por aí. Acho importante dar espaço, olhar essa nova geração que está com vontade de servir.”

CENTRO VAZIO

Apoiar um presidenciável em 2018, afirmou Huck, “pode ser uma coisa importante”.

Declarando-se “nem de direita nem de esquerda”, mas “de bom senso”, ele disse esperar que surja até o ano que vem “uma opção de centro viável”.

“Tem que aparecer. Tem que ter as três opções claras para que as pessoas possam decidir.”

De todos os pré-candidatos apresentados, no entanto, o apresentador não vê “ninguém que possa aproveitar a oportunidade” colocada hoje, com um “sistema que derreteu” e precisa ser ressignificado.

“A gente tem que fazer um esforço sobre-humano de tentar, não quero obviamente falar nem bem nem mal de ninguém, melhorar muito a qualidade do debate.”

Para ele, 2018 não deve ser “um ano de ficar jogando pedra de um lado para o outro, mas um ano de construção”.

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