
Operação Sangria: MPRN obtém condenação de envolvidos em esquema de fraudes na Prefeitura de Caraúbas

O presidente Jair Bolsonaro e dois dos filhos, o vereador no Rio de Janeiro Carlos e o senador Flávio, foram vítimas de uma fraude estimada em cerca de R$ 290 mil, envolvendo compras em seus cartões de crédito efetivadas na gigante do varejo chilena Falabella.com. O golpe aconteceu no início de junho, logo após hackers que se identificaram como pertencentes ao grupo Anonymous Brasil terem vazado dados pessoais do clã Bolsonaro, de aliados e de ministros.
O órgão de fiscalização fazendária da região Centro-Norte do Chile denunciou 26 pessoas pelas falcatruas. A assessoria de imprensa da instituição confirmou ao Metrópoles que abriu investigação para apurar o uso fraudulento de cartões da família Bolsonaro. Todos os denunciados são empregados ou membros de marcas vinculadas à rede de lojas Falabella.
Um alto executivo da Falabella afirmou à imprensa chilena que o golpe teria atingido o valor de 42 milhões de pesos chilenos, o que representa R$ 290 mil na conversão atual, e citou compras como celulares, roupas, um colchão e uma guitarra elétrica. Alegando sigilo, o órgão fiscalizador não confirmou os itens que foram comprados nos cartões de Carlos, Flávio e Jair Bolsonaro.
Leia maisGolpistas usam cartão de Bolsonaro e gastam R$ 290 mil em farra no Chile
O ex-secretário estadual de Saúde Edmar Santos, preso na última sexta-feira acusado de desvio de dinheiro público, acertou com a Procuradoria-Geral da República (PGR) um acordo de delação em que promete apresentar informações sobre corrupção que provem o suposto envolvimento do governador Wilson Witzel no esquema, segundo a colunista do Globo Bela Megale. Participantes das tratativas disseram à colunista que os termos da colaboração premiada estão fechados, mas não confirmaram se ela já foi assinada. Em entrevista ao EXTRA, o governador disse estar tranquilo.
— Se ele (Edmar Santos) falou no meu nome, é mentira. Não há a menor possibilidade de ele ter prova contra mim de ato ilícito. Estamos no início do processo criminal, e o que a Justiça tem feito tem que ser respeitado. Tem muita coisa mal explicada, como de onde veio o dinheiro (cerca de R$ 8,5 milhões em espécie apreendidos pela polícia sexta-feira). Estou tão estarrecido como qualquer outro cidadão de ver essa quantia desviada dos cofres públicos. Tomei providências com relação a todas as denúncias que apareceram — afirmou Witzel.
No acordo de delação, segundo Bela Megale, o ex-secretário teria se comprometido a devolver cerca de R$ 8,5 milhões aos cofres públicos, mesmo valor apreendido durante a operação do Ministério Público do Rio e da Polícia Civil que o levou para a prisão. A defesa de Santos afirma que o dinheiro não estava em imóveis do seu cliente, que foi preso em seu apartamento em Botafogo — também houve buscas na casa de campo dele, em Itaipava, na Região Serrana.
A Procuradoria-Geral da República denunciou nesta terça-feira (14) o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ) por supostos crimes de difamação, injúria e coação contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Em um vídeo publicado em suas redes sociais, o deputado se refere ao ministro como “lixo”, “canalha” e “esgoto do STF”. Otoni de Paula é investigado no inquérito dos atos antidemocráticos, relatado por Alexandre de Moraes.
Segundo a PGR, nos vídeos contra o ministro, Otoni de Paula cometeu cinco vezes o crime de difamação, 19 vezes o de injúria e duas vezes o de coação.
“As expressões intimidatórias utilizadas pelo denunciado escapam à proteção da imunidade parlamentar e atiçam seus seguidores nas redes sociais, de cujo contingente humano já decorreram investidas físicas contra o Congresso e o próprio Supremo”, afirmou o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros.
Leia maisPGR denuncia deputado bolsonarista por ataques a Alexandre de Moraes