O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, rebateu o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e afirmou que o governo federal voltou atrás no bloqueio de R$ 60,6 milhões que, de acordo com o ministério, seria o motivo para a suspensão de operações contra desmatamento ilegal na Amazônia e queimadas no Pantanal.
Nesta noite, o vice-presidente afirmou que Salles havia “se precipitado” ao anunciar a paralisação das operações e que não haveria qualquer bloqueio no orçamento do ministério.
“Não é verdade. Já estava bloqueado e eles desbloquearam agora. Mas não vou ficar discutindo com o vice-presidente, que respeito muito. Eles desbloquearam depois da nota [do ministério]”, disse o ministro em entrevista ao jornal O Globo.
Segundo Salles, o bloqueio autorizado pela Secretaria de Governo e pela Casa Civil seria para subsidiar a criação do Pró-Brasil, pacote de medidas econômicas e sociais.
“Conversei ontem com o Braga Netto [ministro da Casa Civil], conversei com Economia e Economia falou que era decisão da Casa Civil e da Segov. É o que está na nota. Então é isso. Queriam para o Pró-Brasil, mas não pode tirar (sic) o desmatamento. Ia parar tudo na segunda-feira”, afirmou Salles.
Após a repercussão do caso, o Ministério do Meio Ambiente anunciou o desbloqueio dos recursos.
“O Ministério do Meio Ambiente informa que na tarde de hoje houve o desbloqueio financeiro dos recursos do Ibama e ICMBio e que, portanto, as operações de combate ao desmatamento ilegal e às queimadas prosseguirão normalmente”, informou a pasta.
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