No dia seguinte às eleições municipais, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sugeriu, sem apresentar qualquer indício ou prova, que o sistema de apurações do Brasil deixa margem para dúvidas em relação ao resultado.
Ontem, aliados do presidente já haviam manifestado discurso parecido, também sem apresentar provas, criticando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e espalhando suspeitas contra a segurança das urnas eletrônicas.
Hoje, ao ser questionado sobre as eleições por um apoiador, Bolsonaro disse: “Nós temos que ter um sistema de apuração que não deixa dúvidas. É só isso. Tem que ser confiável e rápido, não deixar margem para suposições”.
As declarações de aliados e Bolsonaro ocorreram após instabilidades e maior lentidão da corte para divulgação dos resultados, além de uma tentativa de ataque hacker mais cedo que foi neutralizado.
Bolsonaro frequentemente questiona o sistema eleitoral brasileiro. Em março, ele disse que as eleições de 2018, quando se elegeu presidente, foram fraudadas. No entanto, em nenhum momento apresentou provas ou indícios que sustentassem a afirmação.
Ontem, durante as eleições, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, disse que atua como juiz e lida com provas. Ele defendeu que desde 1996, as urnas eletrônicas se mostraram confiáveis para o processo político.
Barroso, informou que a lentidão se deveu a um problema técnico, sem relação com o ataque cibernético, e que não houve qualquer comprometimento da credibilidade da apuração.
Bolsonaro, que é defensor da volta do voto impresso, disse que é a favor de um sistema que possa demorar mais, “mas que seja garantido que o voto vai para aquela pessoa de fato”. Porém, vale ressaltar que não há histórico de fraudes no sistema de urna eletrônica no Brasil.
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