A notícia de que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu autorização para a Fiocruz importar dois milhões de doses da vacina da universidade de Oxford e do laboratório AstraZeneca contra a Covid-19 não significa que a imunização será nos próximos dias. Pelo contrário: existe uma série de burocracias e procedimentos a serem cumpridos que podem empurrar o início da vacinação dos brasileiros para o fim de janeiro ou início de fevereiro.
Em nota enviada à imprensa neste domingo (3), a Fiocruz afirma que o pedido de autorização para uso emergencial “será formalizado (…) à Anvisa nesta semana.” Nesse pedido, o laboratório deve informar quantas doses serão aplicadas e em qual população. Pela norma, a agência tem até dez dias para emitir a autorização de uso. No entanto, técnicos da agência acreditam que isso será feito em menos de dez dias, porque as conversas entre o laboratório e a Anvisa já estão bastante adiantadas.
Em entrevista no sábado (2) à CNN, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger afirmou que o registro regular corre paralelamente e será concluído em qualquer cenário. Na mesma nota deste domingo, a Fiocruz afirma que o pedido de registro definitivo está mantido para 15 de janeiro.
Depois que a autorização de uso emergencial foi emitida, é preciso aguardar a chegada do lote de vacinas comprados da Índia. Quando os insumos chegarem ao aeroporto, a Anvisa precisa checar se eles estão de acordo com as especificações encaminhadas pela Fiocruz antes de liberar a entrada do lote no país. Somente depois de cumprido todo esse procedimento, o governo poderá agendar a vacinação.
Laboratórios particulares também podem pedir a importação de vacinas, nos moldes que a Fiocruz fez. O procedimento é o mesmo. No entanto, de acordo com a legislação, a Anvisa prioriza a análise dos processos dos governos estaduais e do Ministério da Saúde. Ou seja: a vacinação em clínicas particulares ficará para o fim da fila.
Leia na íntegra a nota oficial da Fiocruz
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