A Ford está na Argentina há 107 anos. Embora o país enfrente uma grave crise econômica, há pouco menos de um mês, a empresa anunciou um investimento local no valor de US$ 580 milhões, o equivalente a pouco mais de R$ 3 bilhões.
Fontes do setor afirmam que a decisão encerrar a produção no Brasil e mantê-la na Argentina não tem relação com uma eventual melhora na perspectiva econômica do país vizinho —pelo contrário. A situação financeira do país vizinho, que já era complicada, pirou diante do aumento de gastos para combater os efeitos do coronavírus.
Os economistas já projetam um ano de 2021 com crise aguda, recessão, alta inflação e forte queda do PIB (Produto Interno Bruto).
Ocorre que num critério considerado importante, a Argentina tem condições melhores: os custos de produção são mais baixos que no Brasil, em especial com a mão de obra local, que é muito mais barata. É preciso lembrar que o peso argentino é uma das moedas que mais perdeu valor em 2020, cerca de 90%.
As linhas de montagem na Argentina são próprias para a fabricação de uma alta gama de veículos, especialmente de picapes e SUVs, segmentos em que a empresa deseja focar esforços no médio e no longo prazo.
A produção de carros leves e populares vai perder espaço. O segmento registrou queda de vendas em 2020 e não há projeção de aumento para 2021.
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