Fundo financia leilão eleitoral e MDB oferece R$ 1,5 mi para os deputados

De acordo com o jogo, o deputado federal Walter Alves, do MDB-RN, deverá receber do partido R$ 1,5 milhão para torrar na campanha

Nos bastidores do leilão por deputados em andamento na Câmara com a janela partidária, legendas estão oferecendo cota fixa para bancar eleições de parlamentares e criando regras tanto para atrair quanto para evitar a perda de filiados.

Nas negociações, há cobrança para registro formal de promessas, “punição” a quem votou contra o novo fundo R$ 2,6 bilhões que vai irrigar as campanhas e diferenciação de valores para novos e antigos filiados.

Tudo isso em meio a uma forte concorrência. “Isso aqui virou um mercado. Se um (partido) fala que vai dar R$ 1,5 milhão, o sujeito vai lá, conta para o outro partido, que aí oferece R$ 1,6 milhão”, conta um deputado que participa das negociações para receber novos quadros em seu partido.

No sobe e desce dessa bolsa, o MDB está oferecendo R$ 1,5 milhão para os deputados que tentarão se reeleger. Prometido pelo presidente da legenda, senador Romero Jucá (RR), o valor levantou desconfianças, e houve pedido para que a oferta fosse registrada em ata, para cobranças futuras. A reunião do MDB no dia 21 de fevereiro, quando foram prorrogados os comandos dos diretórios estaduais e municipais, fixou em um documento interno o montante a ser repassado para as campanhas federais.

Mesmo assim, o MDB tem sido um dos mais vulneráveis na janela partidária. No DEM, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), o compromisso é repassar entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão para cada campanha à reeleição de deputado federal. O valor vai variar de acordo com o comportamento dos deputados em votações, e privilegiará os novos quadros.

O critério que o partido definiu é o de que quem votou contra a criação do fundo eleitoral, em outubro do ano passado, receba o piso para a campanha, ou seja R$ 1 milhão. Quem votou a favor receberá o valor máximo, de R$ 1,5 milhão. Os novos deputados que se filiarem à legenda também contarão com esse valor maior.

O DEM tem tido um aumento robusto em sua bancada, que deve praticamente dobrar de tamanho. A sigla iniciou a legislatura, em 2015, com 21 deputados e já chega a 38. Há ainda outros quatro deputados negociando para se filiar.

Com a proibição do financiamento empresarial, as campanhas em 2018 serão majoritariamente pagas com dinheiro público, e os partidos terão que se virar com os recursos do fundo partidário e do fundo eleitoral, que juntos somam R$ 2,6 bilhões. As regras de distribuição são feitas internamente. As campanhas também podem ser pagas com doações de pessoas físicas, o que, em tempos de impopularidade da classe política como um todo, não deve fazer muito sucesso.

Mudança

Regras. A deputada Renata Abreu (Podemos-SP) defende uma mudança para que vereadores e prefeitos também tenham direito de mudar de sigla, no mesmo período parlamentares.  As informações são de O Tempo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.