A Ética Sob Medida – A Constrangedora Dualidade de Olavo Hamilton

Em tempos de redes sociais, onde o discurso é tão fácil quanto apertar o botão de “publicar”, um advogado de elite tenta, mais uma vez, desfilar sua moralidade irrepreensível. Olavo Hamilton, em algum de clima temperado, resolveu atacar a postura política de um jovem advogado negro, de origem humilde, acusando-o de misoginia ao comentar sobre a independência de uma advogada proeminente.

Sob o pretexto de defender o feminismo e combater a violência de gênero, Olavo constrói uma narrativa conveniente, tentando transformar uma manifestação política de um colega em um símbolo de opressão às mulheres. No entanto, para quem acompanha seu histórico, o cenário soa no mínimo contraditório. De um lado, o advogado ergue a bandeira da ética; de outro, mantém bem guardada a defesa de colegas acusados de assédio, alegando, claro, a famosa “presunção de inocência”. Dois pesos e duas medidas? Sem dúvidas. A balança ética de Olavo parece flutuar conforme o seu interesse de ocasião.

O episódio revela a clássica seletividade moral de um profissional que se apresenta como defensor dos bons costumes. Mas será que o ataque à posição do jovem advogado negro é realmente uma questão de ética, ou uma tentativa de rebaixar a crítica de quem não pertence ao mesmo círculo econômico? A postura de Olavo suscita uma questão incômoda: até onde sua moralidade flexível vai se estender para proteger seus pares enquanto reprime, com veemência, vozes dissidentes que expõem as fissuras do status quo?

Até quando ele sustentará essa defesa quando se recusa a enfrentar temas muito sensíveis dos seus aliados políticos, uma bomba que está chiando nos arredores do poder legislativo mossoroense.

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