Licenciado da presidência do PSDB em razão da suspeita de recebimento de propina da JBS, responsável por destituir um presidente interino e apontado como responsável por acentuar as divisões no partido, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) chegou à 14ª Convenção Nacional do PSDB em Brasília completamente isolado.
Ele entrou pela porta da frente do espaço onde ocorre a convenção, mas isso não significou qualquer prestígio. Pelo contrário. Os principais líderes tucanos — o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; o prefeito de São Paulo, João Doria; e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que será aclamado novo presidente da sigla — chegaram juntos e entraram pelos fundos do Centro de Convenções Brasil 21. Bem distantes de Aécio.
O senador mineiro chegou sozinho, sem assessores o acompanhando. Foi recebido por uma claque pequena, mas barulhenta, que carregava uma faixa em que dizia que Aécio foi “o melhor presidente que o PSDB já teve”. Minutos antes da chegada do senador, duas mulheres gritavam o nome de Aécio e faziam uma defesa do político. As informações são de O Globo.
Aécio não respondeu às perguntas dos jornalistas. Fez apenas uma fala apressada, em que defendeu que o PSDB dê os votos para aprovação da reforma da Previdência e que se mantenha unido para defender adversários “externos”.
— A chapa é uma chapa de entendimento, com a presença do (deputado) Marcus Pestana (MG) e do (governador de Goiás) Marconi Perillo. Estou muito feliz com a unidade que eu ajudei a construir. Vamos ser o ponto de equilíbrio para o Brasil voltar a crescer, com a unidade que nós construímos — afirmou Aécio.
Segundo o senador, Alckmin como presidente nacional do PSDB oferecerá “unidade” à legenda.
— Espero que resgatemos nossos compromissos programáticos. A reforma da Previdência é o primeiro deles. Pior que ver a reforma da Previdência aprovada sem os votos do PSDB é vê-la não aprovada pela ausência dos votos do PSDB. Acredito que o governador terá condições de levar o partido a essas mudanças estruturais — disse.
O senador não teve assento no palco, onde ficaram os principais nomes do partido, como seus colegas de Senado Tasso Jereissati (CE) e José Serra (SP).