‘Aécio é bandidão’, diz Joesley

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Em um dos trechos da gravação acidental, encaminhada na última quinta-feira à Procuradoria Geral da República (PGR), os delatores da JBS Joesley Batista e Ricardo Saud discutiram quais autoridades deveriam ser gravadas por eles para que fossem entregues no acordo de delação premiada que negociavam com o Ministério Público Federal (MPF).

Em certo momento, os dois afirmaram ter informações que poderiam comprometer o senador Aécio Neves (PSDB). Saud avisa: “Vamos pegar o Aécio também. Ele vai ficar chateado”, diz o diretor a Joesley. A resposta demonstra que o dono da JBS já não considerava o senador mineiro um político tão relevante, após a mira ser apontada ao presidente Michel Temer (PMDB). Mesmo assim, decidem que Aécio seria um dos alvos.

“Ele ficou pequenininho (risos). Não, nós vamos (pegá-lo), só porque ele é bandidão mesmo. Você sabe que esse aqui (provavelmente Temer), os outros vai ficar pequenininho, pequenas causas, não vai precisar”, diz Joesley no áudio. As informações são da Agência Estado.

Ao longo das investigações, o Ministério Público afirmou que a jornalista Andrea Neves, irmã de Aécio, pediu R$ 40 milhões ao empresário Joesley Batista. O dinheiro seria repassado por uma suposta venda do apartamento da mãe, no Rio de Janeiro. A transação também envolveria Aécio, conforme depoimentos da delação de Joesley Batista. O senador teria afirmado que, no caso de emplacar Aldemir Bendine na presidência da companhia Vale, o próprio Bendine “resolveria o problema dos R$ 40 milhões pedidos por Andrea Neves”.

Aécio disse, na sequência, que já tinha indicado outra pessoa e depois ofereceu a Joesley a escolha de uma de quatro diretorias da Vale. Depois, o senador pediu que o empresário esquecesse o assunto dos R$ 40 milhões.

Posteriormente, Andrea e Frederico Pacheco, primo de Aécio, chegaram a ser presos. O senador foi flagrado em uma ligação pedindo R$ 2 milhões a Joesley, que seriam para o pagamento de advogados, mas que acabaram sendo depositados em uma conta da empresa do senador Zeze Perrella (PMDB).

Outro lado. Em nota, o advogado de Aécio Neves, Alberto Zacharias Toron, destacou que “as gravações que chegaram ao conhecimento público recentemente escancaram que Joesley Batista e outros delatores criaram e induziram conversas com diversos políticos e autoridades com o objetivo de obterem fantásticos benefícios de uma delação premiada”.

“As palavras dos delatores, comprova-se mais uma vez, não merecem qualquer crédito. Como já esclarecido anteriormente, o empréstimo de R$ 2 milhões oferecido pelo dono da JBS foi uma resposta à proposta de venda de um apartamento da família do senador Aécio Neves. Inclusive, no recente laudo pericial juntado ao processo, contendo a íntegra da transcrição da conversa, fica claro que senador tentava vender bens de família para arcar com custos de advogados”, disse Toron.

A nota acrescenta que “todas as doações eleitorais feitas por empresas a campanhas do senador Aécio foram declaradas na Justiça Eleitoral, nunca tendo havido qualquer tipo de favorecimento à empresa JBS, como os próprios delatores confessam”.

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