Aliado de Bolsonaro, defende privatização de acessórios da Petrobrás

João Maia defende que a estatal passe para empresas as atividades de exploração de petróleo no Rio Grande do Norte
Deputado do PR João Maia, irmão da senadora Zenaide Maia, tem agenda diferente ou igual a da governador do PT Fátima e ela concorda com aliado também de Bolsonaro?

O presidente estadual do PR, João Maia, um dos principais aliados da governadora Fátima Bezerra, do PT e também do presidente Jair Bolsonaro, retorna ao Congresso Nacional, determinado a defender uma reestruturação do Estado brasileiro e a privatização da Petrobras como metas de sua atuação.

Ele também alerta que os políticos do Rio Grande do Norte precisam mudar a estratégia na busca de uma retomada dos investimentos da Petrobras no território potiguar. Para ele, no lugar de pedir à estatal que recupere o ritmo que já teve no Estado, o caminho é convencer de que o melhor é passar a operação para a iniciativa privada.

Pelos primeiros movimentos do governo Bolsonaro, ele demonstra ter condições de fazer essas mudanças?

A intenção é essa… A equipe econômica tem muita autonomia e bons quadros. Fez o diagnóstico de que não temos outro caminho que não seja retomar o crescimento e, para isso, é preciso passar segurança jurídica ao investidor. A insegurança jurídica faz com que o investidor tenha medo de caminhar, porque não sabe o que vai encontrar e qual instância vai impedir o processo de instalação ou ampliação de uma nova empresa. É necessário reduzir essa insegurança e o Estado passar a ser um facilitador do empreendedorismo. Isso não é tirar direito. Não podemos é ter um empreendedor com medo de investir. O Estado precisa ser parceiro de quem gera emprego, renda, paga imposto. No Rio Grande do Norte, para gerar novos empregos dependemos da iniciativa privada. Ou o Poder Público se mostra  parceiro ou não haverá emprego, renda e impostos. O Estado precisa cumprir suas atribuições, entre as quais garantir a oferta de uma educação que assegure condições para as pessoas possam competir em igualdade de condição. A equipe econômica percebeu que é preciso deixar o Estado no essencial. O Banco do Brasil é essencial? Sim, afinal se trata de um grande financiador do agronegócio, tem capilaridade, está em muitas cidades do interior. Mas precisa ter uma agência de turismo como a BBTur, e uma corretora de valores? Isso é estratégico para o país? A Petrobras é outro exemplo. Trata-se de uma empresa estratégica, claro. Mas se meteu em tudo o que foi aventura. Então, a nova equipe econômica tem a percepção da necessidade de reduzir o Estado ao que é estratégico.<br><br><b>

Até onde devem ir as privatizações?

A Petrobras não deve ser privatizada. Os acessórios da Petrobras, sim. A Petrobras foi uma grande aliada do desenvolvimento do Rio Grande do Norte, hoje é um entrave. Por quê? Terceiriza quase toda sua atividade aqui e não é o desenvolvimento e a produção no Rio Grande do Norte que está no foco. Se passa para uma empresa que tenha o Estado como foco, vamos gerar milhares de empregos, royalties e impostos para que o RN se mova. Sempre que as pessoas afirmam que é preciso ir à Petrobras, digo: “Você não entendeu”. A Petrobras fez dezenas de acordos nos Estados Unidos. E olhe para nós, aqui. Faz um acordo para pagar bilhões lá e a ação sobe no outro dia, porque assumiu um compromisso de governança segundo o qual não pode fazer investimento com taxa de retorno abaixo de determinado patamar. Está assinado, acordado. Então, o Rio Grande do Norte deixa de ser prioridade. Se pega uma empresa chinesa, alemã, francesa ou brasileira, que transforme o Estado no foco, podemos ter aqui 8 a 10 bilhões de dólares em investimentos em 4 ou 5 anos, o que tiraria o Rio Grande do Norte de qualquer crise. A Petrobras é essencial. Mas precisa ser dona do gasoduto e de refinarias? Está hoje concentrada no pré-sal e isso é importante, estratégico.

Então quando a classe política e lideranças empresariais do Rio Grande do Norte vão à Petrobras e pedem investimentos direto estão com uma estratégica equivocada?

Eu tenho convicção do que estou falando. Se a classe política arejar a cabeça… Às vezes é difícil mudar uma mentalidade. Eu já foi nestas reuniões para defender a retomada dos investimentos da Petrobras. Mas se a classe política tiver clareza do que é a Petrobras hoje, vai dizer: “Por favor, passe para mãos competentes a operação no Rio Grande do Norte e Ceará, porque temos petróleo que pode gerar uma grande atividade econômica”. Os poços em terra no Estado, onde a Petrobras não investe mais, não é o foco dela. Eu até diria que a economia do Rio Grande do Norte não caiu totalmente, porque tem a energia eólica, que não compensa totalmente, mas tem alguma atividade. O Rio Grande do Norte é muito privilegiado em termos de potencial para crescimento.

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