Além de uma bancada dividida ao meio, o resultado da votação da denúncia contra o presidente Michel Temer acabou expondo as diferentes visões sobre o tema dos grupos que apoiam as duas principais lideranças do PSDB, o senador mineiro Aécio Neves e o governador paulista Geraldo Alckmin. Enquanto na bancada mineira seis dos sete deputados votaram a favor de Temer, entre os paulistas foram 11 votos contra o presidente entre 12 parlamentares.
A movimentação do PSDB mineiro a favor de Temer já tinha ficado expressa com a indicação de Paulo Abi-Ackel ainda na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para fazer o relatório. Os discursos dos mineiros foram todos destacando a necessidade de “estabilidade” e de que o partido não poderia ficar ao lado do PT.
— Nós precisamos de geração de emprego e renda, de justiça social e de paz para os brasileiros. As investigações devem ocorrer, mas no momento adequado. Além disso, o PSDB não pode andar a reboque do PT, que sempre virou as costas para os interesses brasileiros no Congresso Nacional — afirmou Rodrigo de Castro, um dos principais aliados de Aécio, ao declarar seu voto. As informações são de O Globo.
Além de Abi-Ackel e Rodrigo de Castro, votaram a favor de Temer Bonifácio de Andrada, Caio Nárcio, Domingos Sávio e Marcus Pestana. Eduardo Barbosa não compareceu devido ao falecimento de sua mulher no início da semana e seus colegas fizeram questão de registrar que ele votaria a favor da denúncia, sendo o único mineiro anti-Temer.
No caso dos paulistas, o encaminhamento feito pelo líder da bancada, Ricardo Tripoli, a favor da denúncia já sinalizava que o posicionamento dos conterrâneos seria nessa direção. Os votos destacaram posicionamento de que não era possível fechar os olhos às acusações.
— O povo brasileiro merece e exige a verdade até o fim. Voto não — afirmou Silvio Torres, que é secretário-geral da legenda e um dos mais próximos do governador paulista.
Votaram contra Temer os deputados Carlos Sampaio, Eduardo Cury, Izaque Silva, João Paulo Papa, Lobbe Neto, Mara Gabrilli, Miguel Haddad, Ricardo Tripoli, Silvio Torres, Vanderlei Macris e Vitor Lippi. A deputada Bruna Furlan foi a única tucana paulista a votar a favor do presidente.