O presidente Michel Temer deu uma demonstração de força nesta quarta-feira apesar da impopularidade recorde, ao obter os votos suficientes na Câmara dos Deputados para barrar o prosseguimento da denúncia ao Supremo Tribunal Federal.
A possibilidade de a denúncia contra Temer ser encaminhada para o Supremo Tribunal Federal foi descartada quando os votos contrários somados às ausências impediram a oposição de obter os 342 votos necessários (dois terços da Casa).
Às 21H00, o presidente havia recebido o apoio de 211 deputados, enquanto 174 se pronunciaram a favor do prosseguimento da denúncia. Houve uma abstenção e16 deputados se ausentaram.
Caso a denúncia fosse aceita, o Supremo Tribunal Federal (STF) examinaria o caso, o que poderia afastar Temer do cargo até a decisão final.
A denúncia por corrupção passiva foi feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, depois de divulgarem em meados de maio uma gravação e um vídeo.
Na gravação de uma conversa entre Temer e o dono da JBS Joesley Batista, o presidente parece dar o aval à entrega de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha, que está preso, em troca de seu silêncio.
O vídeo mostra o então deputado Rodrigo Rocha Loures, homem de confiança de Temer, carregando uma mala com 500.000 reais. Segundo a delação de Joesley, o dinheiro era parte de uma propina oferecida a Temer para favorecer os negócios da empresa.
Janot também pode denunciar Temer por obstrução da Justiça e de organização criminosa.
O presidente e seus defensores afirmam que a acusação é uma ficção criada para prejudicá-lo e que ameaça a reconstrução do país.
Para dar prosseguimento à denúncia, a oposição deve reunir 342 votos.