A invasão dos prédios dos três Poderes em Brasília pode ter feito a sua primeira vítima política: o ex-senador Rogério Marinho (PL-RN). Segundo cinco lideranças partidárias ouvidas por este site, a candidatura de Marinho para a presidência do Senado perdeu força e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) teria um caminho consolidado para ficar mais dois anos à frente do cargo.
Na avaliação desses líderes, como a candidatura de Marinho é um projeto pessoal do ex-presidente Jair Bolsonaro, qualquer vinculação com o bolsonarismo, ao menos nos próximos dias, é vista como prejudicial. Na visão dessas lideranças, a tendência é haver, momentaneamente, uma associação direta entre a violência dos atos de domingo e a postura do ex-mandatário.
Outra avaliação feita por parlamentares é que tanto Pacheco quanto Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, ganham força entre seus pares no instante em que passaram a encabeçar um movimento de defesa do parlamento. E isso, conforme lideranças ouvidas por este site, praticamente anula qualquer candidatura de oposição em ambas as casas.
Um terceiro fator que já compromete a candidatura de Marinho é que, após os atos, ele seria tachado de “radical” por senadores ao sinalizar positivamente em favor do impeachment de ministros do STF, uma pauta também defendida pelos golpistas.