Barreira ortopédica deve atender 60 pessoas por dia

Começou a funcionar na sexta-feira (7) a barreira ortopédica, proposta pelo Governo do Rio Grande do Norte e instalada no Hospital Regional Alfredo Mesquita Filho, em Macaíba. Cerca de 20 pessoas foram atendidas no primeiro final de semana da barreira e a estimativa é de que até 60 pacientes sejam atendidos por dia. O serviço foi estruturado para atender casos de baixa e média complexidade na Região Metropolitana de Natal e reduzir a pressão sobre o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, referência em traumas e urgências ortopédicas.

A nova estrutura conta com oito leitos de enfermaria, dois consultórios, centro cirúrgico e suporte para exames, suturas e imobilizações. O investimento foi de R$ 500 mil para a adequação do hospital e a expectativa é de que sejam realizadas até seis cirurgias por dia, permitindo maior rotatividade de pacientes e evitando internações prolongadas. O financiamento do serviço foi garantido por meio de recursos do Ministério da Saúde, que destinou R$ 10 milhões para a operacionalização do atendimento.

A barreira ortopédica atenderá a população de seis municípios: Macaíba, Parnamirim, Ceará-Mirim, Extremoz, São Gonçalo do Amarante e São José de Mipibu. Os atendimentos são regulados pelo sistema estadual, sem funcionamento por demanda espontânea. Apenas pacientes encaminhados por unidades de pronto atendimento (UPAs) ou pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) poderão ser atendidos.

De acordo com a diretora médica da unidade, Carolina Florêncio, o serviço terá capacidade para atender dezenas de pacientes diariamente, com uma alta rotatividade. “A gente deve dar um giro de leito diário para esses oito leitos de internamento. O paciente vem, muitos vão ser medicados e liberados, já com resolução imediata do quadro. E os casos que forem identificados com necessidade de cirurgia devem ser realizados no mesmo dia ou no dia seguinte, e já liberados no dia seguinte da cirurgia”, explica Carolina.

A expectativa é que a descentralização reduza a superlotação no principal hospital de traumas do estado. “Vai ser um giro de leitos bem importante para realmente desafogar uma demanda que estava nos corredores do Walfredo Gurgel sem conseguir uma resolutividade, porque o Walfredo estava dando prioridade aos casos de alta complexidade”, destaca a diretora médica Carolina Florêncio.

A implementação da barreira ortopédica é vista como um passo estratégico para redistribuir o fluxo de pacientes e garantir maior eficiência nos atendimentos da rede estadual de saúde, diz a diretora técnica Juliana Duarte. Ela reconhece que houve receio no início da implementação, mas garante que o serviço começou bem e deve se estabelecer plenamente na unidade.

“No começo, quando foi anunciado que seria aqui a barreira ortopédica, a gente ficou um pouco preocupada, receosa, porque realmente a gente não tinha esse serviço aqui na unidade, faltava material, inclusive, mas junto com a Sesap, a gente conseguiu montar oito leitos para atender a população desses seis municípios”, comenta a gestora.

O funcionamento da barreira ortopédica na unidade será exclusivamente por meio do sistema de regulação estadual, sem atendimento por demanda espontânea. “Quem vai fazer esse serviço de encaminhar é a regulação do Estado, a partir de pacientes da UPA, do SAMU, que vão procurar um atendimento imediato nesses prontos atendimentos. A regulação, classificando como o perfil daqui do hospital, que é o de baixa e média e complexidade, vai encaminhar para cá, então eles vão vir de outros serviços. Não vai ser, como a gente chama, porta de emergência”, acrescenta Carolina Florêncio.

Além do serviço ortopédico, o Hospital Alfredo Mesquita Filho segue com o funcionamento regular de outras especialidades. “Temos o atendimento de maternidade, que aí sim é porta aberta, e temos as urgências e emergências da maternidade, e, assim como pacientes regulados, também pelo Serviço de Regulação do Estado, na Obstetrícia. Temos o atendimento de clínica médica, também regulado pela Regulação do Estado e a UTI. Então todos os outros serviços do hospital continuam funcionando”, pontua a diretora técnica Juliana Duarte.

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