Um estudo inédito realizado por pesquisadores da Universidade Stanford revelou que o brasileiro está entre os povos com menos atividade física do mundo. Analisando dados capturados por um aplicativo de smartphone que conta o número de passos dados, o estudo, publicado esta semana na revista “Nature”, mostra que o país ocupa a 40ª posição no ranking, de um total de 46 países avaliados.
Na outra ponta estão os indonésios, com média de 3.513 passos diários, os sauditas, com 3.807, e os malaios, com 3.963. Os brasileiros ficam pouco acima, com média de 4.289 passos diários. Além da curiosidade, esses dados fornecem informação valiosa para políticas de saúde pública.
— O big data não é apenas sobre números, mas também sobre padrões que podem explicar tendências de saúde — disse Grace Peng, diretora do Instituto Nacional de Imagem Biomédica e Bioengenharia dos EUA, ligado aos Institutos Nacionais de Saúde. — A ciência de dados e modelagem podem ser ferramentas imensamente poderosas. Elas pode ajudar no aproveitamento e análise de dados personalizados que coletamos de telefones e dispositivos vestíveis.
Os dados coletados são anônimos, mas fornecem informações de idade, sexo, peso e altura dos usuários. Com as informações, os pesquisadores aplicaram o Índice de Gini, usado por economistas para medir a concentração de renda, e calcularam a desigualdade de atividade física da população de cada país.
— Esses resultados revelam quanto de uma população é rica em atividade, e quanto da população é pobre em atividade — explicou Scott Delp, pesquisador de Stanford e coautor do estudo. — Em regiões com alta desigualdade de atividade existem muitas pessoas que são pobres em atividade, tornando o índice um forte preditor de problemas de saúde.