‘Bunker’ dos R$ 51 milhões foi emprestado a irmão de Geddel que é deputado, diz PF

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A Polícia Federal (PF) encontrou no “bunker” onde estavam os R$ 51 milhões manuseados pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) uma fatura de uma mulher que é empregada do irmão dele, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Além disso, duas testemunhas ouvidas pela PF – o dono do imóvel onde o dinheiro foi apreendido e a administradora do condomínio – afirmaram que o apartamento foi emprestado a Lúcio. Os irmãos são dois dos políticos do PMDB mais próximos e íntimos do presidente Michel Temer.

As informações estão expressas no relatório da PF que embasou a decisão do juiz titular da 10ª Vara Federal, Vallisney de Souza Oliveira, que determinou a prisão preventiva de Geddel e de um aliado seu, Gustavo Pedreira do Couto Ferraz (PMDB), diretor-geral da Defesa Civil da Prefeitura de Salvador – ele foi nomeado no cargo pelo prefeito ACM Neto (DEM). A PF cumpriu as ordens de prisão preventiva na manhã desta sexta-feira, além de três mandados de busca e apreensão.

Os “fortes indícios” são de que o dinheiro de fato pertence a Geddel, segundo a manifestação da PF enviada à Justiça. “A autoridade policial explica que foi realizado exame pericial no dinheiro apreendido, no qual os peritos lograram localizar alguns fragmentos de impressões digitais de Geddel e de Gustavo no material”, cita o juiz Vallisney na decisão. Gustavo já foi indicado por Geddel para buscar valores ilícitos em 2012 repassados por um emissário do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segundo a PF informou à Justiça. As informações são de VINICIUS SASSINE, O Globo.

A PF também sustenta que o dinheiro deve ser proveniente do esquema de arrecadação de propinas a partir da liberação de crédito de FI-FGTS a empresas. Geddel foi vice-presidente da Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2013. “O dinheiro apreendido tem, certamente, origem ilícita, decorrente das atividades criminosas praticadas por Geddel no comando da vice-presidência de Pessoa Jurídica da Caixa e, possivelmente, de outras que porventura podem vir a ser descobertas”, cita o mandado de prisão.

Tanto o ex-ministro quanto o diretor-geral da Defesa Civil de Salvador “manusearam essa estrondosa quantia, o que, somado a outros indícios, levam à conclusão da propriedade ou posse do dinheiro apontado para ambos”, escreveu o juiz Vallisney. O magistrado viu indícios de lavagem de dinheiro, “tratando-se de delito permanente na situação configurada”. “Trata-se, portanto, de fato gravíssimo e atual”, afirmou.

Além das prisões preventivas de Geddel e seu aliado, o juiz autorizou três mandados de busca e apreensão de documentos. A PF cumpriu os mandados nas residências de Geddel, Gustavo e da mãe do ex-ministro, que fica no mesmo edifício do filho.

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