O ex-governador Sergio Cabral afirmou, em entrevista à coluna nesta sexta-feira (4/3), ter sido levado a distorcer fatos relacionados aos ministros José Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), e Bruno Dantas, do Tribunal de Contas do União (TCU), na delação premiada que negociou com a Polícia Federal em 2019.
Na delação, Cabral relatou que o escritório da advogada Roberta Rangel, casada com o ministro Dias Toffoli, teria recebido R$ 4 milhões como pagamentos de favores que o ministro prestaria em decisões relacionadas a dois prefeitos que tinham processos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em um período em que o ministro estava na Corte.
“Eu quero pedir desculpas ao ministro Toffoli. Quero pedir desculpas. Eu fiquei com raiva do Judiciário, eu achei que o mundo inteiro conspirava contra mim, e distorci uma história”, disse Cabral.
Perguntado se teria inventado a história, respondeu: “Não, ela foi completamente distorcida. (…) Foi tudo distorcido por mim, imbuído por um grupo da Polícia Federal”, disse, sem dar nomes de quem seriam os policiais que supostamente o forçaram.
Sobre Bruno Dantas, Cabral disse que o relato também estava “absolutamente distorcido”. Ele disse que o ministro recebia uma mesada de R$ 100 mil de um esquema capitaneado pelo empresário Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio do Rio de Janeiro.
“Eu quero pedir desculpas ao Bruno Dantas. É mentira. Isso foi induzido por aqueles agentes da Polícia Federal que estavam envolvidos na minha colaboração. Isso era um desejo do Ministério Público Federal desde o início. Desde que fui preso eu ouvia essa história, as mensagens chegavam a mim, porque o MPF queria que eu falasse do TCU”, afirmou.