Câmara não pode se contaminar por nova denúncia contra Temer, diz Maia

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que assumiu a Presidência da República durante viagem de Michel Temer

Em um movimento para se descolar da imagem desgastada do governo, o presidente em exercício, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira (30) que a Câmara não pode se deixar contaminar e interromper votações importantes caso a PGR (Procuradoria-Geral da República) apresente a segunda denúncia contra Michel Temer.

Maia admitiu que “não é fácil” seguir os trabalhos no Legislativo em meio à turbulência política que mais uma acusação formal contra o presidente pode trazer, mas disse que a função dos deputados é “continuar trabalhando”.

“Enquanto [a denúncia] estiver na comissão [de Constituição e Justiça], certamente o plenário vai continuar trabalhando e tentando pautar as matérias que são relevantes para o Brasil. É o que tentamos fazer”, afirmou o presidente da Câmara após participar de um evento em Brasília da FNP (Frente Nacional de Prefeitos).

“Chegando a segunda denúncia, ela vai para seu rito normal e a Câmara tenta continuar seu trabalho para que uma coisa não atrapalhe a outra”, completou. As informações são de Marina Dias, Folha de São Paulo.

Maia fica à frente do Palácio do Planalto até o dia 6 de setembro, quando Temer retorna de uma viagem à China para a reunião da cúpula dos Brics.

Sucessor imediato à Presidência da República caso Temer seja afastado do cargo, Maia não quis responder sobre a possibilidade de a Câmara barrar a segunda denúncia contra o peemedebista, como fez com a primeira, no início do mês. “Não posso falar sobre isso”, disse, quando questionado por jornalistas.

Também não comentou sobre como funcionariam as negociações entre governo e parlamentares em busca de apoio, visto que Temer gastou muito capital político para se salvar da primeira, com a distribuição de cargos e emendas para os deputados que votaram a favor dele em 2 de agosto.

“Isso você pode perguntar para o Aguinaldo [Ribeiro]”, declarou em referência ao líder do governo na Câmara.

A expectativa do Planalto é de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresente a nova denúncia contra Temer antes de deixar o cargo, em 17 de setembro.

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