A agenda de retaliação à Operação LavaJato aprovada pelo Senado com apoio dos principais partidos travou na Câmara dos Deputados. A nova Lei de Abuso de Autoridade espera desde abril por um mero despacho para que passe a tramitar nas comissões. Os três projetos que visavam regulamentar os pagamentos de juízes e promotores do Ministério Público, discutidos em conjunto pelos senadores, foram separados e, quatro meses depois, estão parados.
Primeiro na linha sucessória da República e cotado para uma eventual eleição indireta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEMRJ), é o principal responsável por travar essa agenda. Segundo aliados, Maia tenta não “inflamar” os ânimos dos parlamentares num momento de tensão entre políticos e Judiciário.
Ele não quer repetir o que ocorreu na análise das “10 Medidas Contra a Corrupção”. Na época, a proposta de integrantes do Ministério Público Federal com apoio de 2 milhões de pessoas para ampliar os instrumentos de combate à corrupção foi desidratada na comissão e no plenário, com o argumento de que vários dos pontos eram abusivos.