Censo escolar 2017: cai o número de matrículas na educação básica

O Brasil teve uma pequena queda no numero de matrículas na educação básica. Em 2016, havia 48,8 milhões alunos no sistema educacional do país, quantidade ligeiramente maior aos 48,6 milhões registrados em 2017. O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta quarta-feira os dados do Censo Escolar da Educação Básica 2017. A concentração da queda em determinadas etapas do ensino evidencia os gargalos da educação brasileira, a redução acontece no ensino fundamental e no médio pelo quarto ano consecutivo.

De acordo com as estatísticas do MEC, em 2017 foram registradas 27.348.080 matrículas no ensino fundamental. O número é menor que as 27.691.478 computadas no ano anterior. O último ano da etapa contribui especialmente para essa queda. Somente de 2013 a 2017, as matrículas no 9º do ensino fundamental caíram 14,2%, um obstáculo histórico que o Brasil não tem conseguido transpor.

Como resultado da baixa no último ano do fundamental, há reflexos na quantidade de matrículas no ensino médio e menos estudantes chegam aos últimos anos da escolarização. Em 2017, foram 7.930.384 milhões de matrículas contra 8.133.040 no ano anterior. O Ministério aponta, no entanto, que há mais um fator, dessa vez positivo, que impacta na redução de matriculados na etapa: a melhoria do fluxo escolar. Os dados mostram que entre 2013 e 2017 a taxa de aprovação nessa fase da escolarização aumentou 2,8%, ou seja, mais alunos têm conseguido se formar e não ficam retidos na etapa. As informações são de O Globo.

ENSINO INTEGRAL EM ALTA

Os dados do Censo mostram um aspecto interessante relacionado às prioridades das políticas públicas no país. Houve um salto no índice de matrículas na educação integral, bandeira levantada pela atual gestão do Ministério da Educação, tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio.

No ensino fundamental, as matrículas nessa modalidade retomaram o crescimento após terem apresentado uma baixa de 2015 para 2016 (quando passaram de 16,7% para 9,1%). Em 2017, 13,9% das matrículas eram de tempo integral, ou seja, os estudantes permaneciam cerca de sete horas diárias na escola.

O aumento das matrículas nessa modalidade também foi significativo no ensino médio. No ano passado, 7,9% das matrículas da etapa eram em tempo integral. Em 2016, esse índice era de apenas 6,4%.

A reforma do ensino médio, aprovada no Congresso após ser proposta pelo governo via Medida Provisória, prevê a progressão das escolas da etapa para o turno integral. A meta intermediária determina que, em cinco anos, todas as escolas devem ter passado de 4 horas diárias para 5 horas. O objetivo é que todas as escolas cheguem ao turno de 7 horas.

EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

No caminho contrário ao das demais etapas do ensino básico, a educação infantil apresentou alta nas matrículas, passando de 8.279.104 em 2016 para 8.508.731 no ano passado. A maior parte das matrículas da etapa encontra-se na educação pública, que atende cerca de 72% do total.

O crescimento se deve, sobretudo, a uma emenda constitucional aprovada em 2009 que tornou obrigatória a matrícula de crianças de 4 e 5 anos na educação infantil. A lei estabeleceu que as redes se adequassem à normativa até 2016.

O Censo Escolar mostra ainda um crescimento de 19,4% no número de escolas que ofertam creche.

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