Cidades do interior contam com apenas 28% dos médicos do RN
O número de médicos ativos no Rio Grande do Norte está 25% abaixo da média nacional, segundo o levantamento Demografia Médica do Conselho Federal de Medicina (CFM). Isso significa que o Estado tem uma média de 1,91 médicos para cada grupo de mil habitantes, distante da média nacional de 2,56. A OCDE, organização de desenvolvimento econômico intergovernamental, com 38 países participantes, estabeleceu que o ideal seria 3,5 médicos para cada grupo de mil habitantes. A deficiência na quantidade desses profissionais também gera desigualdade na distribuição pelos municípios. Dos 6.812 médicos que atuam no RN, apenas 28% está fora da capital.
“Como as vagas foram criadas ao longo dos anos, nós começaremos a ter esses médicos saindo agora da faculdade. Há uma tendência de resolução desses problemas. Claro que nós vamos continuar com os problemas de qualidade, de infraestrutura, mas esperamos que com esse aumento as cidades do interior consigam manter suas equipes”, prevê.
Brasil registra aumento de médicos sem precedentes
O Brasil contabiliza, atualmente, 546 mil médicos ativos, uma proporção de 2,56 profissionais por mil habitantes. O número, segundo registros dos conselhos regionais de Medicina, mais que dobrou nos últimos 20 anos. Para o Conselho Federal de Medicina (CFM), o crescimento acelerado do número de escolas médicas e de vagas na última década levou a um aumento sem precedentes no número de profissionais no país.
“Mantendo-se o mesmo ritmo de crescimento da população e de escolas médicas, dentro de cinco anos, em 2028, o país contará com 3,63 médicos por mil habitantes, índice que supera a densidade médica registrada, por exemplo, na média dos 38 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE)”, avaliou o conselho.
O atual índice brasileiro de 2,56 médicos por mil habitantes já é compatível com o de países como Estados Unidos (2,6), Canadá (2,7), Japão (2,5) e Coreia do Sul (2,5), além de ser maior que o do Chile (2,2), da China (2) e da África do Sul (0,8). Com o incremento esperado, em cinco anos, o Brasil deve ultrapassar Nova Zelândia (3,4), Irlanda (3,3), Israel (3,3), Finlândia (3,2), França (3,2), Bélgica (3,2) e Reino Unido (3).
Segundo o CFM, desde 2010, a população brasileira passou de 190,7 milhões para 214 milhões, enquanto a proporção de médicos por mil habitantes foi de 1,76 para 2,56. No mesmo período, foram abertas mais de 200 escolas de medicina. A cada ano, cerca de 28 mil médicos se somam ao mercado. Com uma vida profissional longa – cerca de 43 anos –, alguns estudos estimam que o país deve alcançar quase 837 mil profissionais em cinco anos.
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