Cientistas identificam dois planetas habitáveis a 39 anos-luz da Terra

Entre todos os planetas conhecidos no Universo, sabemos da existência de vida em apenas um: a Terra. Mas os cientistas estão encontrando novos mundos com características consideradas fundamentais para sustentar organismos vivos como os conhecemos. Em artigo publicado na revista “Astronomy & Astrophysics”, pesquisadores do Instituto de Ciência Planetária identificam dois deles, no sistema planetário TRAPPIST-1, a 39 anos-luz de distância.

O sistema com sete planetas chamou a atenção da comunidade científica desde que foi descoberto, em fevereiro do ano passado, por todos terem dimensões parecidas com as da Terra. Amy Barr e seus colegas Vera Dobos e Laszlo Kiss montaram modelos matemáticos que indicam a possibilidade de seis deles possuírem água, líquida ou congelada, com um oceano global possível em um dos exoplanetas.

— Como a estrela TRAPPIST-1 é muito antiga e fraca, as superfícies dos planetas têm temperaturas relativamente baixas para padrões planetários, variando entre 127 graus Celsius e -106 graus Celsius, mais frio que os polos da Terra — explicou Amy. As informações são de O Globo.

Comparada com o Sol, TRAPPIST-1 é uma estrela pequena e fria, por isso a órbita dos seus planetas é curta. TRAPPIST-1h, o mais distante entre os sete, demora cerca de 20 dias para completar uma volta. E essa configuração faz com que órbitas sejam mais excêntricas.

— Os planetas orbitam muito próximos à estrela, com períodos orbitais de alguns dias — comentou a pesquisadora. — Como suas órbitas são excêntricas, não circulares, esses planetas devem experimentar o aquecimento de maré, como as luas de Júpiter e Saturno.

O aquecimento de maré acontece quando a lua ou planeta é deformado pelo intenso campo gravitacional do corpo que orbita, fazendo com que suas camadas internas produzam calor por fricção. Isso não apenas aquece, como impulsiona as reações químicas e o fluxo de magma no manto, condições favoráveis para o desenvolvimento da vida como conhecemos.

Os planetas de TRAPPIST-1 são nomeados pelas letras “b” — o mais próximo da estrela — a “h”. No estudo, Amy e seus colegas concluem que os planetas TRAPPIST-1b e TRAPPIST-1c experimentam o aquecimento de maré de forma intensa, sendo que o TRAPPIST-1c provavelmente não tem água.

Já os planetas TRAPPIST-1d e TRAPPIST-1e são os principais candidatos a abrigarem vida. Eles também possuem aquecimento de maré, mas de forma moderada. Segundo Amy, eles se encontram numa “região temperada”, com temperaturas razoáveis na superfície. Em TRAPPIST-1d, a estimativa é de temperatura média de 15 graus Celsius. TRAPPIST-1e é mais frio, com temperaturas como as da Antártica.

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