Cirurgia de Bolsonaro é adiada após exames apontarem inflamação

Jair Bolsonaro se submeteu a uma série de exames pré-operatórios na sexta-feira (23) no hospital Albert Einstein; ele vai retirar a bolsa de colostomia em dezembro
Jair Bolsonaro se submeteu a uma série de exames pré-operatórios na sexta-feira (23) no hospital Albert Einstein; ele vai retirar a bolsa de colostomia em dezembro (Reprodução Record TV) – Reprodução Record TV

Jair Bolsonaro se submeteu nesta sexta-feira (23) a uma série de exames pré-operatórios que não o consideraram apto para a cirurgia de retirada da bolsa de colostomia. A bolsa, que coleta suas fezes e gases, é uma decorrência do atentado a faca que ele sofreu em Juiz de Fora (MG), no dia 6 de setembro.

O procedimento ocorreria após a diplomação de Bolsonaro como presidente pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), depois do dia 10 de dezembro. No entanto, segundo boletim médico, uma inflamação foi identificada, o que vai postergar a cirurgia para depois de sua posse, em janeiro.

Leia a íntegra do boletim médico:


São Paulo, 23 de novembro de 2018.

O presidente eleito Jair Bolsonaro esteve no Hospital Israelita Albert Einstein nessa manhã e foi submetido a exames laboratoriais, de imagem e consultas médicas. 

Encontra-se bem clinicamente e mantém ótima evolução, porém os exames de imagem ainda mostram inflamação do peritônio e processo de aderência entre as alças intestinais. A equipe decidiu em reunião multiprofissional postergar a realização da reconstrução do trânsito intestinal.

O paciente será reavaliado em janeiro para definição do momento ideal da cirurgia.

Dr. Antônio Luiz Macedo, cirurgião.
Dr. Leandro Echenique, clínico e cardiologista.
Dr. Miguel Cendoroglo, Diretor Superintendente do Hospital Israelita Albert Einstein


O peritônio é uma membrana transparente que recobre toda a parede abdominal, incluindo o intestino grosso, órgão afetado pela facada que o presidente eleito sofreu. A cirurgia que Bolsonaro precisa fazer consiste em abrir o abdome, retirar a bolsa que coleta suas fezes e religar as alças do intestino grosso. É considerada uma cirurgia menos arriscada aos procedimentos que o presidente eleito já passou.

Essa inflamação no peritônio foi identificada pelos médicos em um dos exames que Bolsonaro fez no Hospital Albert Einstein, em São Paulo (SP), onde o presidente eleito deu entrada às 10h40 acompanhado da mulher Michelle Bolsonaro. Ele deixou o hospital às 13h25.

Segundo informações da Record TV, único veículo que teve livre acesso ao interior do hospital, Jair Bolsonaro fez um exame de sangue, para medir a capacidade do seu corpo de cicatrizar, e uma ressonância magnética. A assessoria do hospital não quis especificar a quais exames Bolsonaro se submeteu para demais repórteres.

Bolsonaro foi assistido pelos médicos Antonio Luiz Macedo, cirurgião, e Leandro Echenique, cardiologista. Ambos acompanham Jair Bolsonaro desde setembro, quando ficou internado no hospital por 22 dias.

Desde que obteve alta do hospital, no dia 29 de setembro, Jair Bolsonaro carrega uma bolsa colada ao abdome, muitas vezes aparente quando ele usa roupas mais claras. O presidente eleito tinha a intenção de ser empossado sem a bolsa de colostomia, e chegou a tirar as medidas para o terno vislumbrando a retirada do objeto. Débora Sögur Hous – Folha de São Paulo

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