Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA confirma encontro com Bolsonaro no Rio

Conselheiro de Segurança Nacional John Bolton responde perguntas de repórteres na Casa Branca Foto: JONATHAN ERNST / REUTERS

Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca e um dos principais assessores do presidente Donald Trump,  John Bolton confirmou na tarde desta quarta-feira que virá ao Brasil para se encontrar com o presidente eleito Jair Bolsonaro. Em mensagem publicada na sua conta no Twittter, ele disse que o encontro ocorrerá na próxima quinta-feira, dia 29, no Rio de Janeiro.

Bolton fará uma parada na cidade em sua rota para Buenos Aires, onde participará da cúpula do G20. Como conselheiro de Segurança Nacional, ele ajuda o presidente americano a traçar as linhas da política externa.

“Ansiosos para ver o próximo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, no Rio, em 29 de novembro. Compartilhamos muitos interesses bilaterais e trabalharemos de perto para expandir a liberdade e a prosperidade em todo o Hemisfério Ocidental”, escreveu Bolton.

Antes do encontro, porém, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente eleito, tem agenda em Washington com integrantes do Conselho de Segurança Nacional, órgão chefiado por Bolton.

Figura bastante polêmica e conselheiro de Trump na área de política externa, Bolton é conhecido por suas críticas ferrenhas a países latino-americanos que têm governantes de esquerda, como Cuba e Venezuela. Em discursos, já sinalizou o interesse dos EUA em fazer alianças com o Brasil voltadas para segurança e economia.  

Bolton já havia elogiado Bolsonaro após sua eleição. Ele afirmou que a escolha do novo presidente era uma “boa sinalização” no continente. Ao anunciar a nova política da Casa Branca para a América Latina, em um discurso em Miami em 1º de novembro, comemorou a vitória do candidato do PSL, confirmada dias antes pelas urnas do segundo turno: Bela Megale e Henrique Gomes Batista – Correspondente – O Globo

— Os Estados Unidos estão entusiasmados com a parceria com países como México, Colômbia, Brasil, Argentina e muitos outros para promover o estado de direito e aumentar a segurança e a prosperidade de nossos povos. As recentes eleições de líderes similares em países-chave, incluindo Iván Duque na Colômbia, e no último fim de semana Jair Bolsonaro no Brasil, são sinais positivos para o futuro da região e demonstram um crescente compromisso regional com os princípios do mercado livre, aberto e transparente e governança responsável — disse o conselheiro, na ocasião.

No mesmo discurso, Bolton criticou “a troica da tirania”, referindo-se a Venezuela, Nicarágua e Cuba.

—  Hoje, neste hemisfério, somos novamente confrontados com as forças destrutivas da opressão, do socialismo e do totalitarismo. Em Cuba, na Venezuela e na Nicarágua, vemos os perigos de ideologias venenosas sem controle e os perigos da dominação e da supressão. Esta tarde, eu estou aqui para  mandar uma mensagem clara do presidente dos Estados Unidos sobre a nossa política em relação a esses três regimes. Sob este governo, não vamos mais apaziguar ditadores e déspotas perto de nossas costas neste hemisfério. Não recompensaremos pelotões de fuzilamento, torturadores e assassinos. Nós defenderemos a independência e a liberdade de nossos vizinhos — disse, então.

Fontes diplomáticas americanas comemoram o provável alinhamento que o novo governo brasileiro terá com Washington. Isso pode ajudar os americanos a colocarem mais pressão em temas como a crise venezuelana, uma menor atenção a temas ambientais e no apoio aos israelenses em detrimento dos palestinos.


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