Convenção do MDB para oficializar candidatura de Meirelles deve ser em 31 de julho

Pré-candidato à Presidência da Republica pelo MDB, Henrique Meirelles

O presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR), vai propor que o partido realize sua convenção nacional em 31 de julho, em Brasília, para referendar ou não a candidatura de Henrique Meirelles ao Planalto.

A proposta de Jucá, que apoia o nome do ex-ministro da Fazenda como candidato à sucessão de Michel Temer, será levada nesta terça-feira (3) aos dirigentes do MDB durante reunião da executiva da sigla.

Com a data aprovada, Meirelles terá que trabalhar para conseguir a maioria dos 629 votos na convenção do MDB até o fim do mês –o ex-chefe da equipe econômica tem dificuldade de vencer resistências internas no partido, principalmente de lideranças do Nordeste, que temem os efeitos negativos do governo impopular de Temer no processo eleitoral da região.

Na avaliação de Jucá, porém, o esforço de Meirelles em percorrer os diretórios estaduais do MDB nas últimas semanas deve fazer com que as vozes dissonantes sejam minoritárias –os senadores Roberto Requião (PR), Renan Calheiros (AL) e Eunício Oliveira (CE) são os principais opositores.

A partir daí, pondera o presidente da sigla, o segundo teste do candidato será o de “agregar coligações”, o que parece ser um desafio hercúleo, diante da radioatividade que atingiu o MDB com as denúncias de corrupção e a má avaliação do governo —82% da população reprova Temer, segundo o Datafolha.

Jucá disse à Folha que já conversou com diversos partidos, mas que não houve avanços porque todos os candidatos do chamado bloco governista têm “o direito” de tentar crescer nas pesquisas até o fim de julho. Daí em diante, diz o senador, os arranjos serão feitos mais rapidamente.

Meirelles, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e Flávio Rocha (PRB), por exemplo, têm cerca de 1% das intenções de voto nas pesquisas.

DIVISÃO DO DINHEIRO

Além de definir a data da convenção do MDB, a reunião do partido desta terça vai fechar as regras gerais para a divisão dos recursos dos fundos partidário e eleitoral nas eleições deste ano –o montante emedebista soma mais de R$ 300 milhões.

Segundo Jucá, “não será alocado recurso do fundo partidário ou eleitoral para a candidatura majoritária à Presidência da República ou coligação”.

Com um candidato rico como Meirelles, que promete pagar todos os gastos de sua campanha com sua fortuna pessoal, o partido fica liberado para repassar verba para candidatos a governador, senador e deputados federal e estadual.

Como mostrou a Folha neste domingo (1), Meirelles tem gastado cerca de R$ 250 mil por mês em sua pré-campanha e já disse a aliados estar ciente –e disposto– a depreender milhões a partir de agosto, quando a campanha começa oficialmente, inclusive com propaganda de rádio e TV.

O MDB destinará R$ 1,5 milhão para cada candidato a deputado federal com chance de vencer a eleição e R$ 2 milhões aos candidatos ao Senado com efetivas chances de vitória. Cada diretório estadual também receberá R$ 2 milhões cada.

Os recursos para mulheres –30%– serão centralizados na direção nacional para garantir a execução. Se um estado não cumprir a norma, por exemplo, o partido é suspenso do fundo partidário.

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