Copa do Mundo da corrupção ‘saqueou’ as arenas em 2014 no Brasil

A operação Lava Jato também chegou às arenas construídas ou reformadas para a Copa do Mundo de 2014. Delações de ex-executivos das construtores Odebrecht, divulgadas recentemente, e da Andrade Gutierrez citam nove dos 12 estádios utilizados como “palco” de crimes como cartel, pagamento de propinas e também caixa 2. Apenas os particulares Beira-Rio, em Porto Alegre, e Arena da Baixada, em Curitiba, se “salvaram”. A Arena Pantanal, em Cuiabá, não foi mencionada nestas delações, mas também já foi alvo de denúncias.

A corrupção rendeu aos acusados de ter se beneficiado de tal filão, políticos e autoridades, pelo menos R$120,9 milhões. O cálculo é bastante conservador. Foi feito com base em quantias e porcentagens citados em depoimentos – várias menções não vieram seguidas de cifras, segundo a Agência Estado.

O valor pode ser até considerado pequeno diante dos R$ 8,3 bilhões que custaram as arenas de acordo com a versão final da Matriz de Responsabilidades e, principalmente, do oceano de dinheiro roubado em outras ações ilegais desvendadas pela Lava Jato. Confirma, porém, que corruptos e corruptores não perdem oportunidade. “Parafraseando Milton Nascimento (compositor), o corrupto vai aonde o dinheiro está. E, por ocasião da Copa, estava nas arenas e nas obras de mobilidade necessárias para o evento”, disse Gil Castelo Branco, secretário-geral da ONG Contas Abertas

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