A Cozinha Comunitária, inaugurada pela Prefeitura do Natal, está beneficiando, desde o dia 7 de junho, a população em situação de vulnerabilidade social do bairro de Cidade Nova, na zona Oeste da capital potiguar, visando reduzir os níveis de desnutrição. Com equipe multidisciplinar formada por nutricionista, assistente social e pedagoga, projeto é operacionalizado pelo Departamento de Segurança Alimentar (DAS), da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semtas), e oferece refeições balanceadas, com cardápios variados e planejados com os nutrientes necessários.
“O objetivo da Cozinha é atender principalmente indivíduos cadastrados no Cadastro Único que tenham renda mensal de até R$ 218 por pessoa. O que para muitos é apenas uma refeição, nós sabemos que faz a diferença na vida dessas pessoas”, explica Marlene Ramalho, diretora do DAS. A estimativa é que sejam ofertadas duas mil refeições por mês, servidas de segunda a sexta, com almoço para 100 pessoas, metade da capacidade total planejada para o projeto.
A triagem dos selecionados é realizada pelo CRAS (Centro de Referência da Assistência Social), através da identificação de famílias em situação de extrema pobreza. O público atendido é, majoritariamente feminino, de mães solo. “A ação precisa do seu destaque pela importância de ser multiplicada, queremos elevar o projeto à sua capacidade máxima de 200 refeições por dia, e ir além, pois o que queremos é poder replicar a Cozinha Comunitária em outros bairros natalenses”, explica a diretora.
A moradora Francisca Freitas da Silva, de 60 anos, diz que a cozinha garante alimentação adequada. “Tenho apenas o dinheiro do Bolsa Família para me sustentar e sabemos que não é suficiente para fazer todas as refeições, ou pior, fazer as refeições de forma adequada. Então, ter a cozinha aqui perto me dá essa garantia”, declara.
Mesma situação é enfrentada pela moradora Ana Carla Silva, de 44 anos, mãe solo. “Tenho o benefício do Bolsa Família mas não posso dizer que ele é o suficiente para alimentar eu e meus dois filhos”, conta a mulher. Ela diz já ter passado por dificuldades para alimentar seus filhos de 10 e 15 anos e hoje vive do benefício social de R$ 440.
No espaço também serão ministrados cursos profissionalizantes. “Nosso objetivo é que seja realizada a capacitação para aumentar a empregabilidade do nosso público e, assim, não precisarem mais da cozinha, dando espaço para outras pessoas que precisem”, explica Marlene.
A nutricionista Janaína Reis reforça que também serão ministrados cursos sobre aproveitamento dos alimentos. “Além da proposta de ofertar um conhecimento que leva à autonomia alimentar, também queremos aplicar no público da Cozinha a conscientização sobre o total aproveitamento do alimento, como utilizar cascas, bagaços e sementes”, explica.