CRISE SEM FIM 41ª fase da operação Lava Jato mira negócio no Benin

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A Polícia Federal (PF) deflagrou na sexta-feira (26) a 41ª fase da operação Lava Jato, batizada de Poço Seco. A investigação busca identificar os beneficiários de propina num contrato de compra de um poço de petróleo em Benin, na África – de onde teria vindo o dinheiro que rendeu uma condenação ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apontado como beneficiário de US$ 1,5 milhão.
Os alvos desta fase eram outros destinatários da propina, segundo a investigação, e receberam os valores em contas ocultas na Suíça e nos Estados Unidos. Entre eles, estão o ex-gerente da Petrobras Pedro Augusto Xavier Bastos, que foi preso preventivamente; o ex-banqueiro José Augusto Ferreira dos Santos, que era dono do BVA e se entregou à PF ontem; Fernanda Luz, filha do operador Jorge Luz, preso na Lava Jato; e quatro empresários. “É uma operação relativamente pequena, mas é justamente delas que surgem as melhores provas”, disse o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima.

Todos os alvos receberam parte dos US$ 10 milhões em propina que teriam sido negociados no contrato de Benin, segundo o Ministério Público Federal (MPF). Os investigadores ainda irão apurar por que motivos os suspeitos receberam os valores: se atuaram no fechamento do negócio ou se teriam ajudado na lavagem do dinheiro, repassando os recursos para outros beneficiários. As informações são da Agência Estado.

O nome Poço Seco é uma referência aos resultados negativos do investimento realizado pela estatal na aquisição de direitos de exploração de poços de petróleo em Benin. “Nem uma gota de petróleo foi retirada do poço”, disse o delegado Igor Romário de Paula.

Os investigados são suspeitos dos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, entre outros. Os presos foram levados para a sede da Polícia Federal em Curitiba.

Atendendo a pedido da PF, o juiz federal Sergio Moro decretou o confisco de R$ 50 milhões de Pedro Bastos, de José Santos e da Ibatiba Assessoria, Consultoria e Intermediação de Negócios.
Banqueiro. José Santos, dono do BVA, era sócio do operador João Augusto Rezende Henriques, ligado ao PMDB. Segundo o procurador Carlos Lima, no entanto, “não há suspeitas sobre instituições financeiras” nesta fase da operação. O banco BVA faliu em 2013. José Santos faz parte de um esquema de propina que mantinha US$ 7 milhões em cinco contas na Suíça e nos Estados Unidos. Ele era sócio de Henriques em pelo menos uma dessas contas, segundo o MPF. O esquema envolvia outras cinco pessoas, incluindo o ex-gerente da Área Internacional da Petrobras Pedro Bastos, Jorge Luz e seu filho Bruno, já presos. “Ele era banqueiro, mas não significa que ele tenha atuado como representante de um banco”, disse Carlos Lima.

José Santos e Pedro Bastos teriam recebido, sozinhos, mais de US$ 5,5 milhões em propinas da empresa CBH, que vendeu o campo seco de petróleo para a Petrobras em 2011.

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