Centro das investigações que levaram à prisão de Geddel Vieira Lima, um dos ex-ministros mais próximos de Michel Temer, o fundo FI-FGTS nasceu com o objetivo aplicar o dinheiro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço do trabalhador em obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). A medida, criada em 2007 pelo então presidente Lula (PT), parecia distribuir vantagens para todos os lados.
Numa ponta, o trabalhador lucraria com aplicações que prometiam render mais que os ganhos pagos no fundo tradicional. No âmbito geral, o país se beneficiaria do financiamento aos setores de transporte, habitação, energia e saneamento básico.
A Lava Jato mostrou, no entanto, que políticos do PMDB, liderados por Eduardo Cunha (RJ), e executivos e conselheiros da Caixa Econômica Federal, que administra o fundo, cobravam propina de empresários interessados em dinheiro do FGTS.
Além de Geddel (PMDB-BA), que foi vice-presidente de pessoa jurídica na Caixa entre 2011 e 2013, as operações Sepsis e Cui Bono? apontam a participação do ex-ministros Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e do operador financeiro Lúcio Funaro, também presos, no esquema.
Até agora, todos negam envolvimento em crimes, mas tanto Cunha quanto Funaro negociam acordos de colaboração premiada. As informações são da Folha de São Paulo.