Delegado da PF critica redução de equipe da Lava-Jato

O delegado Igor Romário de Paula, que coordena a operação Lava-Jato no Paraná, criticou a redução na equipe na Polícia Federal (PF), que recentemente sofreu corte de seis para quatro delegados.

— É uma dificuldade operacional mesmo que a gente vai ter que superar, senão o prejuízo no trabalho vai ser concreto — afirmou, durante coletiva da 41ª fase da operação, batizada “Poço Seco”, que mira o banqueiro José Augusto Ferreira e o ex-gerente da Petrobras Pedro Augusto Cortes Xavier Bastos.

— Com o número que a gente tem hoje, é muito difícil dar continuidade ao trabalho da forma satisfatória como sempre foi — continuou o delegado.

Atualmente, segundo ele, são 120 procedimentos instaurados na PF em Curitiba. O procurador Carlos Fernando Santos Lima, integrante da força-tarefa da Lava-Jato no Ministério Público Federal (MPF), também criticou os cortes na PF. As informações são de O Globo.

— É incompreensível para nós essa redução. A direção da PF tem que compreender que nós precisamos manter uma equipe que realmente seja operacional na Lava-Jato.

Para Lima, o trabalho na Lava-Jato continuará por “muitos anos” e com “muito serviço pela frente”, em desdobramentos das atuais operações e novas investigações.

— A nossa equipe na procuradoria continua com os mesmos 13 procuradores e estamos até recebendo nos últimos meses algum reforço de assessoria inclusive — disse.

O delegado explicou que boa parte do efetivo que atuava em Curitiba teve que ser remanejada para outros estados, como São Paulo e Rio de Janeiro, por causa do aumento do trabalho desencadeado pelas delações da Odebrecht e da JBS. Nesse período, ainda segundo ele, a demanda de trabalho em Curitiba foi “temporariamente menor”.

Em nota divulgada esta semana, a PF informou que “inúmeras operações de grande envergadura estão em andamento em vários estados”, e que por isso o contingente de policiais federais especializados no combate à corrupção e lavagem de dinheiro “em todo o país tem sido readequado”. A PF também afirma que o efetivo atual está “adequado às necessidades” e que haverá reforço de policiais “caso houver necessidade”.

Igor Romário afirmou ainda que não vê tentativa de cerceamento à ações ligadas à Lava Jato.

— Não vejo isso. Eu posso falar do ponto de vista administrativo interno da polícia, se há alguma articulação maior, mais ampla, eu não sei dizer.

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