Depois de cortejar a cúpula do DEM, Alckmin busca aparar arestas com PSB

SAO PAULO, SP, BRASIL, 11-06-2017: A polícia Militar realizou, na manhã deste domingo, uma ação para a retirada dos usuários de droga na nova cracolândia, na Praça Princesa Izabel, no Centro de São Paulo. Logo após a ação, parte dos usuários se concentraram na Rua Helvétia, local da antiga Cracolândia. O Governador Geraldo Alckmin e o Prefeito João Dória, se reunem com a imprensa no local onde funcionava um centro de apoio ao usuário, na Rua Helvétia. (Foto: Bruno Santos/ Folhapress) *** FSP-COTIDIANO *** EXCLUSIVO FOLHA***

Depois de cortejar a cúpula do DEM, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) agora busca acalmar a relação com o PSB, partido de seu vice, Márcio França. O tucano deverá convidar os caciques pessebistas para jantar nesta quarta (26) no Palácio dos Bandeirantes.

Alckmin irá jogar um misto de xadrez com pôquer, a considerar os relatos de seu encontro com os democratas na noite de segunda (24). O DEM comunicou sua intenção de engordar a bancada federal, talvez suplantando os 46 deputados do PSDB, baseado na perspectiva de eventualmente ocupar a Presidência caso Michel Temer (PMDB) seja afastado ou renuncie.

O governador tucano, por sua vez, fez mesuras ao DEM no encontro. Significativamente, estava presente no jantar o prefeito de Salvador, ACM Neto, visto como um nome de peso para a composição de uma chapa presidencial no ano que vem. As informações são da Folha de São Paulo.

Jovem e bem avaliado, ACM Neto se encaixa no molde dos manuais de política como atenuante à imagem excessivamente “paulista” do tucano junto ao eleitorado do Nordeste, que hoje apoia em peso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O problema para Alckmin é que o DEM pretende colher seus reforços principalmente entre as hostes do PSB, que tem 36 deputados hoje e já acusou o golpe da sedução —não só dos democratas, mas também do PMDB, o que gerou críticas de seu presidente, Carlos Siqueira. Como seu vice é do PSB e gostaria de disputar o governo paulista no ano que vem, o encontro desta quinta tenderá a apresentar arestas.

O plano de voo inicial do governador paulista, caso seja competitivo e tenha driblado as acusações contra si na Operação Lava Jato, era de ter um nome do PSB na sua vice em 2018. A engorda do DEM, cortesia da crise política aguda que envolve Temer desde a delação da JBS em maio, mudou o cenário.

A tradicional aliança dos democratas com os tucanos poderá ser repetida, inclusive no molde candidato paulista-vice nordestino, testada com sucesso em 2 de 3 tentativas até aqui.

Naturalmente, o PSB não está nada contente com isso, até porque a moeda de troca que poderia receber, a candidatura ao Bandeirantes, está sendo cobiçada por uma revoada de tucanos paulistas: o prefeito João Doria, o senador José Serra, o secretário David Uip (Saúde) e o ex-senador José Aníbal rondam bolsas de apostas.

Tanto Alckmin quanto Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente da Câmara, negaram oficialmente terem discutido cenários para 2018, e suas declarações se concentraram em “cenários” e reforma política.

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