Deputado defende intervenção militar no Brasil

Cabo Daciolo

Depois de o general Antonio Hamilton Mourão, secretário de Economia e Finanças do Exército, defender a intervenção militar no Brasil – e ser “enquadrado” pelo comandante das Forças Armadas, general Eduardo Villas Bôas –, coube a um deputado federal a proposta de extinção do Congresso Nacional com a consequente tomada de poder pelos militares.

A proposta vem de um parlamentar oriundo da base da Polícia Militar: Cabo Daciolo (PTdoB-RJ), eleito deputado federal em 2014 pelo PSOL – partido que é radicalmente contra a ideia. No meio da votação sobre o fim das coligações partidárias e motivado pela polêmica do general Mourão, Cabo Daciolo defendeu, na tribuna da Câmara, o fechamento do Congresso Nacional. Segundo o parlamentar, no Legislativo “só tem corruptos”.

Vários deputados reagiram e pediram punição a Daciolo e que seu discurso fosse excluído dos anais da Casa. O parlamentar pode ser alvo de uma representação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara. As informações são da Agência Estado.
Em mais uma dissonância com a legenda pela qual foi eleito, o deputado atacou a homossexualidade. “Vamos colocar a bandeira do Brasil nos nossos lares, contra a corrupção e pela denúncia aprovada no STF (Supremo, contra Michel Temer). E mais, o ‘homossexualismo’ é pecado e está escrito que ele (o homossexual) não vai para o céu.

Assim como não vão o alcólatra, o adúltero, o ladrão e o corrupto. E Deus está no controle. E que se feche o Congresso Nacional, com intervenção federal, com um governo provisório para acertar a nação”, disse Daciolo, que foi expulso do PSOL em 2015 depois que defendeu a liberação dos 12 policiais acusados de torturar o pedreiro Amarildo de Souza, caso emblemático ocorrido numa favela do Rio em 2013. O partido, porém, preferiu não retirar o mandato dele.

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