Domingo de sol tem praias cheias e máscaras em segundo plano no Rio

Aglomeração no Leblon: caminhada na orla, água de coco nos quiosques, altinha... cariocas saíram de casa neste domingo. Muitos, sem máscara.

Ainda que a liberação só esteja prevista a partir da próxima sexta-feira (10), o domingo de sol fez as praias do Rio ficarem cheias. Com o uso de máscara em segundo plano, cariocas movimentaram a orla da Zona Sul, descumprindo determinações da prefeitura, mas livres pela fiscalização escassa nas areias. Nas praias de Copacabana e do Leme, na Zona Sul, grupos praticavam a tradicional altinha e outros esportes coletivos, como vôlei e frescobol, apesar de as práticas estarem vedadas, com liberação prevista também apenas para o dia 10.

Na mureta do Leme, o vai-e-vem de pedestres foi intenso ao longo do dia, somado ao movimento dos quiosques, onde as mesas eram disputadas. Sentadas no local, mãe e filha que preferiram não se identificar se disseram surpresas com o volume de pessoas nas areias, e por precaução preferiram se manter apenas tomando sol, sem ir a água. Apesar disso, não criticaram quem preferiu o banho de mar, e questionaram a proibição da prefeitura:

— Acho que essa praia cheia é o povo sedento por viver. Não dá pra ficar dentro de casa o tempo inteiro. Fora isso, não dá pra entender o shopping que é um local fechado poder funcionar e a praia, que é ao livre, estar proibida — questionou a mulher.

Item obrigatório e parte das chamadas “regras de ouro” da prefeitura, que condicionam a retomada das atividades econômicas da cidade, as máscaras pareciam atrapalhar o bronzeado, e poucos banhistas continuavam usando o item de proteção. Já no calçadão, a presença do item era mais frequente, e só alguns poucos ciclistas ou pedestres dispensavam o uso.

A reportagem do GLOBO percorreu as praias da Zona Sul, mas só encontrou agentes da Guarda Municipal e da Polícia Militar baseados nos canteiros centrais da Avenida Atlântica, em Copacabana e no Leme, ou nas calçadas de alguns edifícios das avenidas Vieira Souto, em Ipanema, e Delfim Moreira, no Leblon. Procurada, a PM não informou se o policiamento nas areias foi suspenso, e afirmou que a corporação “está alinhada com os órgãos municipais e à disposição para apoiar quaisquer necessidades solicitadas pelas prefeituras”.

Já a Guarda Municipal informou que todos os flagrantes de descumprimento do decreto municipal no calçadão e na faixa de areia são coibidos pelos agentes. “A Guarda Municipal do Rio de Janeiro atua em toda a orla da cidade com o Grupamento Especial de Praia e Marítimo, além de agentes das unidades da região das equipes do programa Rio Mais Seguro, fazendo patrulhamento, fiscalizando e orientando a população quanto ao cumprimento das regras de ouro para evitar a disseminação do novo coronavírus”, diz a nota.

Na Mureta da Urca, o movimento também foi intenso, e era difícil encontrar um espaço livre no local, disputado por famílias e grupos de amigos.

Isolamento social cai na cidade

No primeiro domingo de bares e restaurantes reabertos, o índice de isolamento social no Rio chegou a 54% na cidade. Os percentuais são referentes ao volume de pessoas a menos nas ruas em comparação a um domingo normal, antes da pandemia. Na semana passada, a taxa estava em 57% e no dia 21 de julho, estava em 53%.

Os dados são do monitoramento feito pela empresa de inteligência artificial Cyberlabs, em parceria com o Centro de Operações da Prefeitura do Rio (COR), através da análise de 800 câmeras de videomonitoramento de entidades privadas e públicas espalhadas pela cidade.

A Tijuca, na Zona Norte, ficou com a menor taxa, de 34%, seguido por Botafogo, na Zona Sul, com 36%. A Barra da Tijuca ficou com a taxa de 50%; Ipanema e Leblon com 56%, Copacabana com 64% e o Centro com 71%.

Já pelos dados compilados através da parceria do COR com a TIM, os bairros com maior movimentação de pessoas neste domingo foram Jacarepaguá (4,44 mil), Bangu (3,75 mil), Pavuna (3,69 mil), Realengo (3,51 mil) e Campo Grande (3,4 mil).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.