Doria compreende os problemas do país como ninguém, diz Temer

SÃO PAULO, SP, BRASIL, 07-08-2017,10H00: - presidente Michel temer encontra-se com o prefeito de São Paulo João Doria para assinar acordo relacionado ao Campo de Marte. O encontro ocorreu na Prefeitura de São Paulo. (Foto: Juca Varella/Folhapress) PODER

THAIS BILENKY – FOLHA DE SÃO PAULO

Em meio ao racha no PSDB quanto ao papel do partido no governo Michel Temer, o presidente elogiou o que considera ser uma visão “nacional” e “conciliadora” do prefeito paulistano, João Doria (PSDB).

“Saio daqui mais animado ainda porque vejo aqui um parceiro, um companheiro, alguém que compreende como ninguém os problemas do país”, disse Temer em discurso nesta segunda-feira (7), em evento na Prefeitura de São Paulo.

Cotado para disputar o Planalto em 2018, Doria voltou a dizer que a permanência de Temer na Presidência é positiva para a economia. Disse em entrevista após a cerimônia que os quatro ministros tucanos “podem perfeitamente continuar o seu trabalho onde estão”.

O governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), que trabalha para ser ele candidato a presidente pelo PSDB, adotou um distanciamento maior do governo Temer.

Ele defendeu deputados que votaram a favor da denúncia de corrupção contra o peemedebista na Câmara e pediu o desembarque do PSDB do governo em no máximo dois meses.

“Sempre a sua alma e a sua índole foram de conciliação. A minha também”, afirmou o prefeito ao presidente durante a cerimônia. “Isso não nos tira do campo da defesa de princípios e da firmeza de posições, de caráter, de postura e de biografias.”

Temer retribuiu. “João Doria, meu velho amigo”, disse, ao que o prefeito sorriu assentindo com a cabeça.

“Jamais o vi dividindo pessoas. Ao contrário, sempre agregou”, afirmou o presidente, que criticou o “emocionalismo” no país. “É inadmissível brasileiros jogando contra brasileiros. A história do nós contra eles não pode prevalecer”, afirmou Temer.

“Se eu e o João tivéssemos nos pautado pelo emocionalismo, talvez não tivéssemos chegado a esse ato”, disse o presidente.

Temer e Doria oficializaram um acordo para início da transferência de parte da área do Campo de Marte para a administração municipal. No terreno, a prefeitura diz que implantará um parque e museu.

Com a impopularidade nas alturas, Temer foi alvo de protesto do lado de fora da prefeitura. Os manifestantes, alguns com bandeiras da CUT (Central Única dos Trabalhadores), ligada ao PT, também criticaram Doria. O presidente não deu entrevista após o evento.

DISCREPÂNCIA

No site da prefeitura, a agenda pública de Doria incluiu Alckmin no evento com Temer, apesar de o governador ter avisado na semana passada que não compareceria.

Alckmin recebeu nesta segunda-feira (7) cerca de 40 prefeitos para a assinatura de um convênio com a Univesp no mesmo horário, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

Procurada, a prefeitura disse que se enganou e manteve o erro na agenda.

Após a vitória de Doria no primeiro turno, Alckmin fez frequentes agendas ao lado do prefeito. Mas, em meio às especulações sobre as pretensões nacionais do prefeito, mudou de postura.

O prefeito, na cerimônia desta segunda, agradeceu o secretário da Casa Civil de Alckmin, Samuel Moreira, por ser o “baluarte” da “relação estável” entre Estado paulista e prefeitura. Moreira representou o governo paulista no evento, mas não foi posicionado no palco.

Questionado, Doria disse que a relação com Alckmin “continua e continuará sendo muito boa sempre” e que o governador telefonou na véspera e lhe disse que “o palco é seu”.

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