O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), se apresentou à cúpula do DEM em um jantar nesta quinta-feira (21) como “opção” para a corrida presidencial de 2018. Segundo relatos de participantes, Doria deu sinais de que estaria disposto a migrar para a sigla para disputar a eleição.
O tucano adotou um tom cauteloso na conversa. Demonstrou respeito ao governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), seu padrinho político, mas indicou que pretende se posicionar como alternativa –dentro e fora do PSDB– na disputa pelo Palácio do Planalto.
De acordo com um dos presentes, Doria reforçou o discurso de que o PSDB e seus aliados precisam trabalhar com mais de um nome no caminho até a definição das candidaturas à Presidência. Seu objetivo é convencer as cúpulas partidárias de que o eleitor deve decidir decida qual é a melhor opção. As informações são de BRUNO BOGHOSSIAN, Folha de São Paulo.
Há meses, o prefeito sinaliza interesse em concorrer ao Planalto e insiste que pesquisas de intenção de voto devem ser imprescindíveis na escolha do candidato. Sua estratégia é convencer o PSDB e siglas aliadas de que essa lógica deve ser seguida.
Doria não falou abertamente da possibilidade de deixar o PSDB caso seja preterido, mas deu sinais de que estaria disposto a migrar para o DEM caso a direção tucana escolha Alckmin como candidato e sequer considere seu nome para a disputa.
O prefeito reiterou, na conversa, que jamais faria qualquer movimento para atropelar Alckmin, mas disse reconhecer que as eleições de 2018 apresentam condições significativas para que ele se apresente para a corrida presidencial.
A visão de Doria tem respaldo entre alguns dos principais dirigentes do DEM. Eles consideram que a próxima disputa à Presidência será marcada por um descrédito com a política tradicional e que, por isso, Alckmin chegaria às urnas como uma figura desgastada, enquanto o prefeito paulistano teria maior potencial de vitória.