‘É tudo farinha do mesmo saco’, diz vendedora que votou em Aécio

SAO PAULO, SP, BRASIL, 27-06-2017, 12h00: A vendedora Célia Gusmão, que trabalha na Oscar Freire, personagem para a pesquisa Datafolha que será publicada essa semana, que aponta uma "desendireitização" do eleitorado. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER) ***EXCLUSIVO***

O refluxo de teses da direita e o crescente sentimento de desalento da população apontados pela última pesquisa do Datafolha podem ter relação direta com a Operação Lava Jato.

“Votei para presidente no Aécio [Neves, do PSDB] em 2014 porque não tinha coisa melhor, mas me decepcionei muito com a direita. Achava que ela fosse resolver o problema, mas percebi que é tudo farinha do mesmo saco”, diz a vendedora Célia Gusmão, 57, que trabalha na rua Oscar Freire, área nobre de São Paulo.

Segundo ela, a Lava Jato foi definitiva para chegar a essa conclusão. “A gente já tinha ideia de que a coisa não era honesta, todo mundo tinha certeza que roubavam mesmo, mas com a Lava Jato começaram a se abrir todas as portas”, afirmou. As informações são da Folha de São Paulo.

Em outubro de 2014, o país atingia o auge da polarização ideológica entre os eleitores de Aécio e da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) –que obteve a reeleição naquele ano por estreita margem.

Desde então, se aprofundaram as crises econômica e política, o Brasil adicionou mais um impeachment à sua história e a Operação Lava Jato chegou para atestar que a corrupção não é exclusiva de um só partido.
Ao atingir caciques do PSDB, sobretudo Aécio, mas também o senador José Serra e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, as revelações da operação decepcionaram eleitores da direita.

Para parte do eleitorado, as certezas de 2014 parecem ter sido substituídas por uma única: a de que não existe partido confiável.

“Não dá para confiar em nenhum dos lados”, afirma o engenheiro Luiz Eduardo Ferreira, 40.

Ex-eleitor de Aécio, Ferreira também se diz desencantado com a direita após a Lava Jato. “E olha que sou de Minas Gerais, já conhecia a falcatrua que faziam no Estado”, declarou ele.

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