Em meio a escândalos, arquidiocese de Washington admite crimes passados

Enquanto a Igreja Católica enfrenta denúncias contra figuras populares do clero norte-americano, a Arquidiocese de Washington. divulgou nesta terça-feira (16) uma lista de membros acusados de abusos sexuais contra crianças e adolescentes.

Titular da arquidiocese, o cardeal Donald Wuerl é um nome influente e foi citado repetidas vezes como responsável por encobrir casos de pedofilia ocorridos durante seu ministério anterior, na Pensilvânia. Em relatório da Suprema Corte desse estado, foram relatadas mais de mil crianças vítimas.

Na sexta-feira, 12, o papa Francisco aceitou um pedido de renúncia do ministério entregue por Wuerl em 2015. A decisão causou polêmica e gerou diversas críticas ao pontífice.

A Arquidiocese de Washington também se recupera do escândalo envolvendo seu antecessor. O arcebispo emérito Theodore McCarrick foi suspenso em junho após alegações de abusos contra crianças e adultos. Seu nome não consta entre os divulgados agora.

A lista recupera crimes de até 70 anos atrás e inclui tanto padres condenados e presos como outros “tratados”, devolvidos às funções e acusados de novo. Dos 31 listados, nenhum está em ministério ativo, e 16 estão mortos.

O porta-voz da arquidiocese, Ed McFadden, afirmou que outros nomes serão divulgados nos próximos meses. De acordo com ele, as listas futuras incluirão acusações que não foram consideradas críveis pelo bispado e membros do clero acusados de outros tipos de delito.

Junto da lista, foi publicada uma carta de Wuerl em que a medida é definida como “um passo necessário em direção a completa transparência”. A pedido do papa Francisco, o cardeal exerce funções administrativas na arquidiocese enquanto seu substituto não é escolhido.

A associação norte-americana Survivors Network of Those Abused by Priests — Snap (Rede de Sobreviventes de Abusados por Padres, na sigla em inglês) chamou a lista de “truque de RP montado apressadamente”.

O grupo também criticou o uso da expressão “acusados com credibilidade”. Além disso, uma porta voz afirmou que a lista não inclui o nome de alguns padres acusados.

O criador do site BishopAccountability.org, Terry McKiernan, defende a liberação de mais listas como essa. “Até que essa área escura da nossa história seja inteiramente trazida à luz, haverá algo errado com a igreja”, disse.AP e THE WASHINGTON POST

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