Em tom de pré-campanha, Meirelles ataca ‘populismo e os oportunistas’

Em tom de pré-campanha, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, estrela a propaganda partidária do PSD que vai ao ar nesta quinta-feira mesclando a própria biografia de educado em “escola pública” que chegou ao topo graças à competência, ataques ao “populismo e oportunistas” sem citar nomes de adversários potenciais nas urnas, e frases típicas de candidato como “sempre dá para fazer mais”.

Nos poucos minutos em que Meirelles não aparece no vídeo, populares dão depoimentos sobre como a vida começa a melhorar nos últimos tempos com o início de uma retomada econômica. Apesar do formato, o ministro nega que a peça tenha “conotação de disputa eleitoral”.

— Sou filiado ao partido, que pediu que eu falasse sobre todo o trabalho que estamos fazendo, e é exatamente o que fizemos — despistou ao falar com jornalistas nesta quinta-feira. As informações são de O Globo.

O ministro reafirmou que só tomará uma decisão sobre candidatar-se à Presidência entre março e abril. No entanto, se decidir positivamente, o primeiro passo para se apresentar de forma mais enfática ao eleitorado já terá sido dado com a propaganda do partido, que começa com Meirelles se apresentando. Diz que dorme pouco, trabalha muito e prega um Brasil “acima da diferença de opinião”. Acusa o governo anterior de ter quebrado o país e afirma que o brasileiro não quer mais saber de aventuras.

Com imagens do gabinete da Fazenda e tomadas externas, Meirelles esforça-se para deixar o economês de lado e procura se aproximar da população com uma linguagem mais coloquial. Enumera medidas já concretizadas pelo governo como o teto de gastos, a liberação do fundo de garantia e a queda da inflação. “Não está fácil pagar a conta de gás, da luz e da gasolina. Mas a comida, por exemplo, está mais barata”, diz o ministro no vídeo. Em seguida, depoimentos de donas de casa corroboram a afirmação de Meirelles. “Dá para colocar mais coisas na sacolinha”, diz uma participante.

Meirelles, porém, evita exagerar no otimismo. “Dizer que as coisas estão ótimas é faltar com respeito com os que estão sem emprego”, aponta o ministro. Ele bate na tecla da “criação de oportunidades” com a melhora da economia, sem a qual “não se arruma a Saúde nem a Educação e muito menos a Segurança”. O ministro elogia o governo por ter “coragem de fazer reformas fundamentais” e defende uma “nova Previdência para que não falte dinheiro para a aposentadoria de ninguém”.

O ministro enaltece o papel das mulheres, que somam 7 milhões de empreendedoras no Brasil ajudando a alavancar a economia, e se diz confiante numa “volta por cima” do Brasil, antes de desejar um feliz natal e próspero ano novo na propaganda do PSD, na qual ocupa cerca de nove do total de 10 minutos. A peça será veiculada na tevê e no rádio.

SER VICE ESTÁ DESCARTADO

Ao falar com jornalistas após a exibição da propaganda na sede do PSD, ele descartou a possibilidade de disputar em alguma chapa como vice. Negou também disposição para trocar de partido, uma vez que grande parte da sigla não apoia pautas fundamentais da agenda de Meirelles, como a reforma da Previdência.

— Estou muito bem. Temos aí um programa partidário indo ao ar hoje. O partido fez um gesto muito forte de ceder nove minutos de dez. E estamos trabalhando em total sintonia. Não me parece que haja razão para pensar nesse tipo de assunto — disse o ministro.

Questionado sobre se o presidente Temer pode ser um bom cabo eleitoral, apesar da impopularidade, Meirelles também manteve o tom político e diplomático:

— Talvez não hoje, mas certamente será (um bom cabo eleitoral) no ano que vem. Com a recuperação da economia, não há dúvidas.

Meirelles não detalhou quais aspectos levará em conta para decidir se sai ou não candidato. Apenas disse que será uma “decisão pessoal”:

— Olharei por uma decisão pessoal, de estar disposto ou não a entrar nesse processo. Aí outras questões, partidárias, políticas, coligações, tempo, pesquisas, não sei. Mas principalmente (depende de) uma decisão pessoal.

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