Emendas parlamentares serão afetadas sem reforma, diz Meirelles

 Meirelles

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira (8) em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, que se a reforma da Previdência não for aprovada, a União não terá recursos para manter, entre outras despesas, as emendas parlamentares, instrumento legal utilizado pelo Congresso Nacional para alocar recursos públicos.

“Se a reforma não for aprovada, em dez anos as despesas da Previdência, que hoje são metade do orçamento (federal), vão ser 80%. Não vai ter dinheiro para segurança, não vai ter dinheiro para saúde, nem educação e também não vai ter dinheiro para emenda parlamentar. Aí vai ser um problema”, disse. O ministro conversou com a imprensa após uma palestra para empresários.

Segundo Meirelles, o governo trabalha com aprovação da reforma neste mês, dia 19 ou 20, mas ponderou que o prazo pode se estender até o fim de fevereiro.As informações são de LUDMILA PIZARRO – O Tempo

Durante a palestra, ele convidou os empresários presentes a defender a reforma junto aos seus parlamentares. “Aprovar a reforma da Previdência é um trabalho de todos, é um projeto do país. Alguns deputados já me disseram que acham que a Previdência precisa mudar, mas que seus eleitores não concordam. Então, conversem com os seus deputados”, sugeriu o ministro.

A proposta atual do governo foi apresentada ontem pelo relator da reforma da Previdência na Câmara, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA). Entre os pontos fundamentais da reforma para o governo, Meirelles apontou a idade mínima e “equidade entre os diversos tipos de trabalhadores”.

“A idade mínima não pode ser alterada porque isso desfigura a reforma. A idade mínima é 65 anos para homem e 62 para mulher, mas depois de 20 anos”, reiterou.

Candidatura

O ministro voltou a afirmar que só se decidirá sobre a candidatura ao Palácio do Planalto em abril. “Vou tomar essa decisão sobre ser ou não candidato no dia 7 de abril. Eu tenho uma responsabilidade muito grande, o Brasil está saindo da maior crise (econômica) da história, de um desemprego dos maiores da história. Estamos agora crescendo, criando empregos e nós estamos conduzindo esse processo. Então é fundamental que eu esteja 100% do tempo focado em fazer o Brasil crescer, criar emprego, criar condições para a inflação ficar baixa e do Banco Central manter os juros mais baixos”, afirmou.

Meirelles aponta PIB de 3% em 2018

O ministro da Fazenda Henrique Meirelles afirmou que a economia do Brasil voltou a crescer e que em 2018 o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve chegar a 3%. “Esse é o cálculo do Ministério da Fazenda, que costuma acertar”, disse. Ele citou entre os indicadores desse crescimento o aumento dos investimentos privados e o queda do risco Brasil.

Para Meirelles, o que fez a economia voltar a crescer foi o retorno da confiança. “O investimento público é parte do processo, mas o importante são os investimentos totais. Investimentos da indústria, comprar máquina, contratar gente, expandir. Esse é o investimento que mobiliza a atividade econômica”, disse. A queda da taxa Selic para 6,75% ao ano também foi comemorada. “Notícia extraordinária, é a menor taxa de juros da história do país”, afirmou Meirelles.

Criptomoedas não são forma de pagamento

As criptomoedas são um investimento e não uma forma de pagamento, segundo o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que foi perguntado sobre as moedas digitais.

“Não tem lastro e não tem Banco Central. Quem calcula a inflação da criptomoeda?”, indagou o ministro, que ainda afirmou que “elas nunca substituirão uma moeda regulada por um Banco Central”. Para ele, se trata de uma questão de “livre mercado” e que depois de subir vem a queda. “Quem ganhou, ganhou. Mas é uma aposta”, concluiu.

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