Empresários de diversos segmentos, entre eles, da construção civil, tiveram a chance, nesta quarta-feira (8), de conhecer os planos de investimento da Petrobras e as oportunidades de negócios que podem surgir nessa cadeia produtiva. As possibilidades foram apresentadas pela petroleira em evento promovido pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-RN), em parceria com a Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern) e os sindicatos das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Rio Grande do Norte (Simetal-RN), e da Indústria da Cerâmica (Sindicer-RN).
Durante o “Encontro com fornecedores, construído negócios com a Petrobras”, a estatal apresentou para os sindicatos as áreas em que está interessada em estabelecer parcerias com empresas, incluindo projetos de expansão e manutenção de refinarias, construção de plataformas de petróleo e gás, infraestrutura logística e entre outros.
Segundo o presidente do Sinduscon-RN, Sérgio Azevedo, o investimento da Petrobras pode criar um ambiente propício para as empresas de construção civil gerarem empregos e distribuírem renda no Estado. Além disso, ele sugere que esse influxo de investimento também levará a um aumento na arrecadação de impostos para o RN, o que poderá ter um impacto significativo no desenvolvimento econômico e social do Estado.
“Esse tipo de encontro, com a Petrobras é o primeiro deles, mas queremos fazer outro com a empresa de PVP, por exemplo, com o objetivo de fomentar e aquecer o setor da construção civil, que já teve uma participação no PIB do Rio Grande do Norte, muito significativa, e hoje ela tem uma participação marginal. É um setor que já empregou 48 mil pessoas, é registrado no CAGED, e hoje emprega pouco mais de 28 mil. Então, o que a gente quer é, fazendo esses movimentos, aquecer o setor da construção civil para que ela possa retomar o seu protagonismo”, ressaltou.
O Nordeste é a segunda região que mais tem contratos de prestação de serviços com a Petrobras. Ao todo, são 17.729 companhias parceiras da petroleira no NE, atrás apenas da região Sudeste, que concentra a maioria dos contratos (72.730). Em todo o País, são 105,4 mil prestadoras de serviços contratadas.
Segundo ele, “essa é a oportunidade da Petrobras, apresentar o que ela quer investir e o que vai construir. Ela vai encontrar neste ambiente o campo fértil de empresas que querem se habilitar e se capacitar para ser prestadoras de serviço e, vamos dizer assim, surfar esta onda de investimento, entre 2024 e 2027”, enfatizou Sérgio Azevedo.
Além das necessidades da indústria da construção, as demandas por serviços e produtos são abrangentes, abarcando áreas como alimentação, hospedagem, transporte, segurança, equipamentos de proteção individual (EPI), uniformes, vestuários especializados, fabricação e manutenção de estruturas metálicas, elaboração de projetos de engenharia, aluguel de equipamentos, instalação de instalações temporárias, controle de qualidade, reparos, calibração, distribuição de materiais de consumo diário e soluções tecnológicas.
Importância da regionalização
O presidente do Sinduscon destaca a importância da regionalização dos investimentos e de abrir oportunidades para as empresas locais. “Essa é uma iniciativa para que as empresas possam se capacitar, possam se habilitar a prestar serviço para Petrobras e, com a ausência do investimento do Estado, buscar outras fontes. E é muito importante a Petrobras fomentar a economia regional, sendo ela uma grande investidora, uma grande contratante”, afirma Sérgio Azevedo.
Ele destaca ainda que no encontro ocorre duas coisas boas: “uma é a união entre sindicatos, que tem interesses comuns, e outra é uma empresa do porte da Petrobras querendo mostrar para os sindicatos o seu plano de investimento; e apresentar os pré-requisitos para que as empresas possam vir a ser prestadoras de serviços para a Petrobras. Como se preparar não apenas na questão de qualificação para prestação dos serviços, mas também sobre qualificação financeira e certificações de qualidade. Este é um evento muito importante na minha avaliação”.
De acordo com o presidente do Sinduscon Mossoró, Pedro Augusto da Escóssia Chaves, o Rio Grande do Norte tem o potencial para se destacar como referência no Nordeste em relação à geração de mão de obra qualificada, especialmente para atender às demandas de serviços para a Petrobras.
“Eu acredito que tenha que ser feito um trabalho muito estruturado com o governo do Estado. Acho que o que trava muitas empresas ainda é o governo do Estado, a sua legislação, a sua forma de conduzir. Mas, a gente não pode perder as esperanças, esse é o papel da Federação da indústria, defender as empresas que aqui fazem no Estado, mostrar ao governo do Estado que tem que haver essa flexibilidade para que a gente possa, realmente, em um futuro breve, ter mais atividade aqui no nosso estado”, explicou.
Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Rio Grande do Norte (Simetal), Francisco Vilmar Pereira, entre 2014 e 2015, houve um desinvestimento da Petrobras, o que afetou negativamente o estado. Porém, com a entrada de investidores privados, surgiu uma nova demanda por serviços, resultando em escassez de mão de obra qualificada devido à migração de profissionais para setores como energia eólica e solar. Isso tem levado a uma necessidade urgente de programas de capacitação, como os fornecidos pelo sistema S, para atender às necessidades do setor.
“A Petrobras retomando esse investimento, com essa nova bacia que foi descoberta na parte offshore, como também, alguns postos que ainda restaram na parte onshore, isso faz com que a gente, do setor metal mecânico e da parte de indústria como forma geral, veja com muitos bons olhos”, pontuou.
O presidente do Sinduscon destaca a importância da regionalização dos investimentos, da oportunidade das empresas locais, de capacitação das empresas locais, de apresentar as oportunidades, é falar também do Sinduscon, que abriu esse espaço, essa agenda, para as empresas filiadas, na linha de prestar um serviço, para que as empresas possam se capacitar, possam se habilitar a prestar serviço para Petrobras e, com a ausência do investimento do Estado, buscar outras fontes para poder, as empresas possam prestar serviço.