Entusiasta de Bolsonaro, vice-governador de Roraima renuncia

Paulo Cesar Quartiero (sem partido), que anunciou que renunciará ao vice-governo de Roraima

Entusiasta da candidatura presidencial de Jair Bolsonaro (que deve migrar para o PSL), o vice-governador de Roraima, Paulo Cesar Quartiero (sem partido), entregou uma carta de renúncia nesta quinta-feira (25) à Assembleia Legislativa do Estado.

Nesta sexta (26), ele deve se pronunciar publicamente. Nos bastidores, interlocutores afirmam que ele pretende disputar um cargo no Legislativo, seja a deputado federal ou a senador.

Quartiero havia rompido com a governadora Suely Campos (PP) em 2015 e desde então manteve relação meramente institucional.

Além de impopular, a governadora tem posicionamentos que, em sua visão, se chocam com suas principais bandeiras, favoráveis à agropecuária –ele próprio é um grande produtor de arroz, soja, gado e búfalo. As informações são de  THAIS BILENKY –  Folha de São Paulo.

Aliados do ex-vice lembram, por exemplo, que Campos assinou termos de compromisso de proteção ambiental na Conferência do Clima da ONU em Bonn, na Alemanha, em novembro, além de não induzir o desenvolvimento agropecuário como esperado pelo setor no Estado.

Quartiero obteve visibilidade nacional quando, ao assumir interinamente o governo em abril de 2017, exonerou o secretário do Estado do Índio, Dilson Ingarikó.

“Se fosse em situação de guerra, ele teria de ser fuzilado, na realidade. Mas, como temos democracia, ele foi demitido”, disse Quartiero, na ocasião. Dias depois, a interinidade acabou, e o secretário voltou ao cargo.

Ingarikó é favorável a demarcações de terras indígenas, e Quartiero tem restrições a elas –ele foi um dos principais afetados pela demarcação da terra Raposa Serra do Sol. Possui propriedades em Boa Vista (RR), Pacaraima (RR), Marajó (PA) e Belém (PA).

Sua ausência do Estado é citada entre adversários como motivo de descolamento de Quartiero com o eleitorado de Roraima.

O discurso de Bolsonaro tem ressoado no Estado em meio à crise na Venezuela, que leva milhares de pessoas a deixarem o país em direção ao Brasil. O presidenciável defende controle maior da fronteira, no que é acolhido pela população, cuja rotina foi alterada com a imigração.

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